Governo nem duvida e a Renamo prefere não comentar
- Conscientes do risco de realizar eleições em momento demasiadamente
conturbado, os dois contendores já pensaram em avançar com a ideia do adiamento
mas nenhuma das partes aceita colocar publicamente a ideia.
(Maputo) Continua difícil chegarse a consenso no diálogo político que
regularmente colocar à mesma mesa as delegações do governo moçambicano e da
Renamo. O atraso no acordo entre as partes está a fazer subir de nível a
hipótese de o país não poder realizar eleições na data prevista, 15 de
Outubro.Depois de mais uma sessão fracassada esta segunda-feira, o mediaFAX
pediu comentário das partes em relação ao facto de o país ter entrado na
contagem decrescente rumo à data da votação, sem que as partes tivessem
conseguido consensos para a realização de eleições tranquilas, em termos de
ordem e segurança públicas.
Mostrando um ponto de vista positivista, o chefe da delegação governamental e ministro da agricultura, José Pacheco, disse que não via hipótese da não realização das eleições alegadamente pelo facto de que o calendário eleitoral ter nascido de um consenso entre as partes.
“O calendário é consensual porque adoptamos uma legislação de consenso e em sede da AR acabou havendo consenso” – disse Pacheco.
Aliás, acrescentou Pacheco, “a província de Sofala é uma das que registou maior registo eleitoral no censo eleitoral, daí que acreditamos que estão criadas condições para a realização de eleições”.
Apesar deste optimismo, fontes próximas das negociações tem estado a confidenciar-nos que as partes, nalgum momento, colocaram a hipótese e necessidade de adiamento por alguns meses, do acto de votação, até aqui previsto para 15 de Outubro.
A ideia que tem estado a ser colocada é que o processo eleitoral passe para os primeiros três meses de 2016. No fundo, todos reconhecem que a actual situação politico/militar e o clima de desconfiança que se criou não oferece condições objectivas para que até 15 de Outubro, estejam criadas condições objectivas para o país acolher um processo tranquilo em termos de segurança e ordem públicas.
Um dos motivos que tem estado a impedir o avanço da ideia do adiamento é quem vai anunciar publicamente esta necessidade. Até aqui ninguém quer assumir. O governo diz que deve ser a Renamo a pedir e ao governo vai caber simplesmente o papel de aceitar tal como aconteceu em relação a prorrogação do censo eleitoral que, segundo se sabe, criou condições para o registo eleitoral de Afonso Dhlakama.
Já a Renamo, questionado em relação ao possível adiamento, disse simplesmente que não poderia aceitou comentar. Fugindo da questão dos delegação governamental, justificou-se na tese de que as sessões do Centro de Conferencias Joaquim Chissano visavam discutir apenas os 4 pontos do diálogo político e não questões que tem a ver com o adiamento ou não do processo eleitoral .
Fonte: MediaFAX -01.07.2014
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