Um consenso definitivo na mesa de diálogo político entre as delegações do Governo e da Renamo poderá ser alcançado na próxima ronda que se prevê que aconteça na segunda-feira, 28 do mês corrente, afirmaram, esta terça-feira (22), as chefias das duas equipas no fim de mais uma ronda que resultou em 95 porcento de consenso sobre as matérias em debate.
“Houve avanços significativos. Ainda não concluímos o trabalho, mas consideramos que 95 porcento do trabalho já estar feito”, destacou o chefe da delegação da Renamo Saimone Macuiane à saída da 65 ronda de diálogo. “A nossa esperança é que na próxima segunda-feira poderemos, em definitivo, ter o resultado final que em tempo útil será comunicado ao povo moçambicano”, acrescentou.
Por sua vez, o chefe adjunto da delegação do Governo, Gabriel Muthisse, após anunciar que consensualização das matérias em 95 porcento, explicou que ao se finalizar em as matérias ora em debate o passo seguinte será a entrada em cena dos peritos militares de ambas partes para cuidarem de questões técnicas.
“Estamos, na verdade, a ver a estrutura global daquilo que pode enformar o entendimento global que possa propiciar a cessação dos ataques, a desobstrução da tal EN1 e doutras vias importantes do país”, esclareceu o Muthisse garantindo que “o espírito de diálogo é bom” e “as perspectivas também são boas”.
Na ronda havida na passada sexta-feira (18) a delegação da Renamo apresentou novas propostas à mesa ao Governo que no entanto não foram tornadas públicas. Nesse ronda as partes alcançaram o que designaram de “consensos não conclusivos”, mas não revelaram os pontos de convergência nem de divergência.
Nesta terça-feira, as partes voltaram a escusar-se de revelar a novas propostas apresentadas pela Renamo e os respectivos pontos consensuais. “O entendimento que nós tivemos foi de que quando consensualizarmos a 100 porcento todas as questões em debate vamos partilhar com os moçambicanos e que nesta fase para permitir alguma tranquilidade nesse processo de consensualização deveríamos manter essas questões ainda em fechadas”, argumentou.
O tão esperado acordo final deverá ser assinado pelo Presidente da República, Armando Guebuza, e pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, segundo entende a delegação governamental que insiste na disponibilidade daquele em realizar o encontro ao mais alto nível na capital do país.
Esse encontro poderia, no entender de Muthisse, ter muitas vantagens sendo uma delas a reinserção de Afonso Dhlakama na vida política do país. Refira-se que Dhlakama já defendeu em teleconferência que que o acordo final poderia ser assinado pelos respectivos chefes das delegações e que não era imperioso que o mesmo fosse adoptado por ele e pelo Chefe do Estado.
Fim das hostilidades
A delegação do Governo acredita que o consenso que as partes tem vindo alcançar nos últimos encontros de negociação poderá culminar com o fim das hostilidades
“A nossa expectativa é que todo esse clima na mesa de diálogo e que já se vive há alguns dias possa se reflectir na região entre o rio Save e Muxúnguè mesmo antes do acordo final. Penso que isso é possível se as nossas declarações (Governo e Renamo) forem coincidentes e transmitirmos esse espírito de grande convergência de pontos de vista” considerou Gabriel Muthisse.
Sobre esse aspecto, Saimone Macuiane disse que ao trabalho que está a ser feito nesse momento visa garantir a paz o bem estar dos moçambicanos, mesmo que as partes não tenham discutido aspecto específico no seu encontro.
O facto, no entanto, e que pelo menos nas últimas duas semanas os ataques a colunas de viaturas no troço Muxúnguè-Rio Save não se tem feito sentir pese embora o movimento de pessoas e bens continue sob uma forte escolta do exército.
Fonte: @Verdade – 22.07.2014
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