O Governo e a Renamo, principal partido da oposição, reúnem-se hoje para debater as garantias de aplicação do acordo base já acertado pelas partes e terminar a crise que afecta o país há mais de um ano.
A ronda negocial de hoje, no Centro de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo, segue-se ao consenso que as duas partes alcançaram na segunda-feira sobre o documento base para o fim da crise no país, faltando finalizar o ponto relacionado com as garantias de aplicação do entendimento.
"Esta ronda teve características muito especiais pelo facto de termos alcançado consensos para o documento base. Este documento de base já agrega todos os elementos essenciais do processo de cessação das hostilidades militares", disse o chefe da delegação do Governo, José Pacheco, em conferência de imprensa no final do encontro de segunda-feira com a delegação da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana).
As questões pendentes, que vão ser objecto do encontro de hoje, têm a ver com a definição de uma fórmula que possa assegurar que não haverá uma "caça às bruxas", durante a implementação do acordo de cessão das hostilidades militares, segundo disse o chefe da delegação governamental, nas declarações à imprensa, na segunda-feira.
"Há elementos de implementação destes pilares que exigem garantias de que não vai haver caça às bruxas, de que ninguém vai ser penalizado, porque esteve de um lado ou de outro, é preciso garantias de parte a parte", enfatizou o chefe da delegação do Governo.
Por seu turno, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, disse na segunda-feira a simpatizantes na província de Tete, centro do país, por teleconferência, a partir do seu esconderijo, que a matéria que falta concluir tem a ver com o compromisso de que não haverá mais violência militar, depois do acordo celebrado em Maputo.
"Logo que for assinado o acordo, significa que os confrontos já acabaram. O acordo também reconhece as garantias de que nenhum dos lados irá provocar o outro depois do acordo. Por isso, este acordo é muito importante, é garantia de que já podemos ter segurança", afirmou Dhlakama.
O líder da Renamo tem condicionado a sua saída do refúgio onde se encontra na região da Gorongosa, província de Sofala, desde que o seu acampamento no centro do país foi tomado em Outubro pelo exército, no contexto da actual crise militar à assinatura de um acordo final com o Governo, contemplando garantias de não retorno à violência militar.
O acordo visa acabar com confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Renamo, principalmente no centro do país, que constituem a maior ameaça de retorno a uma guerra à escala nacional, desde que Moçambique alcançou a paz em 1992, depois de 16 anos de guerra civil.
Fonte: LUSA - 30.07.2014
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