Autores: Teresa Smart e Joseph Hanlon
Data: 30 de Julho (4ª Feira)
Horario: 17h30
Local: Museu de Historia Natural, Maputo
Data: 14 de agosto (5ª Feira)
Horario: 15h00
Local: UniLurio, Nampula
Mocambique importa alimentos e ao mesmo tempo aqueles que os produzem continuam pobres porque a producao agricola e muito baixa. A maioria das pessoas continua a cultivar a terra como faziam os seus avos. Mas desde o fim da guerra, ha duas decadas, tem surgido um novo grupo de agricultores mais dinâmicos. Hoje contam-se ja 68 000 pequenos e medios agricultores comerciais. Tal como os seus vizinhos, antigamente tinham apenas 1 hectare de terra e usavam a enxada como utensilio. Hoje cultivam entre 3 e 20 hectares e produzem principalmente para comercializar. Criaram emprego a nivel da sua comunidade e estimulam a economia local.
Teresa Smart e Joseph Hanlon sao os autores de Ha mais bicicletas, mas ha desenvolvimento? Para este livro, eles analisaram mais de perto este grupo de produtores dinâmicos - mas que poucos conhecem - e mostram de que maneira eles se expandiram.
O apoio para estes agricultores emergentes veio quase inteiramente de fora de Mocambique. As companhias estrangeiras que produzem a contrato promovem o tabaco e o algodao. O “sector publico internacional” dos doadores, ONGs e agencias da ajuda, apoiam a soja e a mandioca. Estas companhias a contrato e organizacoes do sector publico, providenciam os mercados essenciais, o credito, a tecnologia e o apoio na pratica. Estes produtores agricolas passaram a ser pequenas e medias empresas (PMEs) e sao agora o sector mais dinâmico da economia rural.
Desde a independencia, o governo - com o apoio de muitos doadores - seguiu a estrategia dual de tentar elevar a produtividade dos camponeses mantendo-os nas suas parcelas de um hectare e a trabalhar so com a enxada, concessionando o resto das terras a grandes plantacoes mecanizadas. Mas isto nao funciona. Foram poucas as novas grandes plantacoes que tiveram sucesso e mesmo o Banco Mundial pensa que essas exploracoes agricolas pertencentes a companhias estrangeiras estao condenadas ao fracasso. Mantendo as familias na sua machamba de um hectare e a cavar a enxada, e mante-las permanentemente na pobreza, porque a maioria desses pequenos agricultores nao tem dinheiro para comprar sementes e adubos.
Este livro mostra que os proprios produtores agricolas mocambicanos podem tomar a dianteira se tiverem apoio para expandir a sua area cultivada e tornarem-se agricultores comerciais. Assim seriam criados empregos rurais, seria estimulada a economia rural, e no fim, seria reduzida a pobreza rural. Mas estes camponeses teriam de ter ao seu dispor toda a terra e nenhuma seria colocada nas maos do investimento estrangeiro. E urgente uma escolha politica.
Esteja no lancamento para o debate destas ideias.
Sem comentários:
Enviar um comentário