“Os membros permaneceram amarrados sob
uma árvore, passando a noite e sem direito a alimentação”, acusa o delegado
político provincial de Manica, Inácio Maicolo, em entrevista ao nosso jornal
A Frelimo continua a praticar
terror contra os partidos da oposição em Moçambique e para isso utiliza
ilegalmente a Polícia da República de Moçambique. A PRM em Manica deteve, no
fim-de-semana, no posto administrativo de Gacanhemba, distrito de Sussundenga,
cinco membros do Movimento Democrático de Moçambique, com a acusação de estarem
a desenvolver “actividade política ilegalmente”. É a versão que a Polícia
apresentou.
A detenção daqueles membros do
MDM, que se seguiu à destruição do mastro e das suas respectivas bandeiras,
ocorreu na sede deste partido político em Gacamhemba, quando eles preparavam se
para mais um dia de actividade política.
A lista dos cinco membros
incluiu o delegado distrital do MDM. Foram surpreendidos e presos por dois
agentes da PRM fortemente armados, e de imediato foram conduzidos à esquadra.
São acusados, segundo a Polícia, de “perturbar a ordem pública e de praticarem
actividade política ilegalmente”.
A Polícia deitou a baixo dois
mastros que estavam na sede e rasgou duas bandeiras do MDM. Um conjunto de
panfletos e outro material foi apreendido e está na esquadra.
O delegado político provincial
do MDM em Manica, Inácio Maicolo, acusa a PRM de ter agredido fisicamente os
cinco membros do MDM, que, na sua opinião, foram presos ilegalmente
.
Inácio Maicolo diz que os seus
companheiros de partido foram transferidos para o comando distrital de
Sussundenga, depois de no dia anterior terem permanecido acorrentados debaixo
duma árvore, no recinto do posto policial, sem direito a alimentação nem
cobertor.
“Dois agentes da PRM,
acompanhados pelo chefe da Localidade, secretário da zona pelo partido Frelimo
e membros da OMM, obrigaram à retirada da bandeira e dividiram em pedaços,
quando estes nossos membros tentavam resistir à detenção e à destruição do seu
material”, disse.
“Este caso não consta nos
nossos relatórios”
Entretanto, contactado o
comando provincial da PRM em Manica, na pessoa do seu porta-voz, Vasco Matusse,
este disse que não consta nos relatórios da corporação o caso da detenção dos
cinco membros do MDM no distrito de Sussundenga. “Nem mesmo o comandante distrital
sabe nada disso, por isso não posso confirmar nada”, declarou.
Administradora “ouviu dizer”
O Canalmoz contactou a
administradora do distrito, Mariazinha Niquice, para saber se tinha
conhecimento do assunto. Mariazinha Niquice disse que o assunto foi comentado
pelos seus colegas de trabalho, mas que não possuía dados suficientes para dar
a entrevista sobre o caso.'
“Também ouvi dizer aos meus
colegas de trabalho sobre esta detenção, mas não estou muito bem informada,
porque estava ausente do distrito, por isso não posso dar nenhuma entrevista,
Depois vou retornar-lhe a chamada”, concluiu. (José
Jeco)
Fonte: CANALMOZ – 22.07.2014
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