Por Jessemusse Cacinda
Alberto Viegas, de seu nome de registo, foi um homem que tive a inegualável oportunidade de conhece-lo em 2008 numa palestra por si realizada na Universidade Pedagógica.
E porque a veia literária e cultural que em mim circula estava a passar pelos seus momentos de emergência, forcei uma amizade com este homem cuja a história lhe regista como autor da obra: “O que nos dizem os animais” e “Lunga: A Guisa da retrospetiva”. Aliás, Lunga teria sido assumida por si como terra natal, pese embora tenha nascido algures no Niassa.
As suas palestras eram super “animadas” como Xenofonte me faz querer acreditar que eram as de Sócrates. Com o seu tom, embalado de humor transmitia sabedoria/sagacidade embelezada com um teor reflexivo.
O seu conhecimento sobre a vida, a cultura e as histórias, tanto científicas, como narrativas que ao longo dos tempos marcaram uma etnia, no caso dos macuas, fazem de si, o filósofo, senão, mesmo, o mestre, dos filósofos macuas.
Se a palavra, filosofia, significa, amor a sabedoria, então, Viegas é um filósofo, porque ama o saber, razão pela qual já estivemos juntos em 2012 num encontro de troca de experiências entre “jovens” escritores que fazem a sua miserável vida na cidade montanhosa de Nampula. Jovens? Sim! Porque, Viegas era “jovem do seu tempo”. O encontro teve lugar na sala de leituira da bilbioteca Kalungano.
Naquele encontro, partilhamos idéias sobre literatura, inclusive nos explicou que a obra que fala de Lunga, teria sido por si escrita para “revelar” o valor desta pacata baía, pois, Lunga por se conhecer como um lugar esquecido, reservava “histórias interessantes e que valem a pena serem recordadas” e que por detrás daquele território que poucos são os jovens que ousam em colocar os seus pés, podia ser econtrado algo que nem os donos do diamante podem encontrar senão se tornarem pobres de alma, falo do amor.
Viegas é ainda filósofo, porque filosofia significa reflexão e quanto a isso, nem mereço dizer alguma coisa, sob pena de empobrecer o seu nível de reflexão em torno da realidade e e da idealidade.
E porque, tal como diz Viegas, “ter língua pequena não impede alguem a lamber-se”, decidí arriscar no meio de ilustres conhecedores de Viegas e das artes e cultura, escrever estes parágrafos para saudá-lo, neste momento em que parte para o além e que como rege a nossa tradição, a sua alma continuará circundando as nossas memórias, as nossas escolas e universidades para iluminar e orinetar nossos textos.
Descance em paz, professor Viegas.
Jessemusse Cacinda
(jessecacinda@hotmail.com)
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