Depois de ouvir atentamente as observações dos participantes, Abdul Carimo, presidente da Comissão Nacional de Eleições, reconheceu os problemas, porém, considerou que parte dos mesmos se deve à interferência dos partidos políticos, o que acaba por retirar brio ao trabalho dos órgãos eleitorais. “Sentimos que nos processos de votação, em particular, existe, por parte de muitos partidos políticos, a tendência de influenciar os brigadistas que estão nas mesas de voto”, justificou.
Numa outra vertente, Carimo alegou que, não raras vezes, o trabalho da CNE e do STAE tem sido condicionado por algumas lacunas existentes na legislação eleitoral. “A nossa legislação continua a ter algumas lacunas, mas é algo que faz parte do passado. Gostaríamos que os partidos interviessem menos na votação e que endossassem tal tarefa aos órgãos eleitorais”.
Em relação aos ilícitos eleitorais registados nos pleitos eleitorais e que, curiosamente, favorecem o partido no poder, Abdul Carimo diz que a CNE não pode responsabilizar os seus autores uma vez que se trata de um assunto de fórum criminal, que só pode ser resolvido pela Procuradoria-Geral da República. Devido ao facto de estes casos não terem tido desfecho, a Comissão Nacional de Eleições vem recebendo “puxões de orelhas” do Conselho Constitucional e, principalmente, da sociedade civil. Esta última chegou ao extremo de acusar a CNE de cumplicidade e de falta de vontade e interesse de pôr fim a situações do género.
Fonte: @Verdade - 27.03.2014
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