A Polícia da República de Moçambique durante os pleitos eleitorais é mais violenta em zonas onde os partidos da oposição têm maiores probabilidades de ganhar, como aconteceu nas eleições autárquicas de 20 de Novembro passado, durante as quais a actuação dos agentes da Lei e Ordem resultou na morte de alguns cidadãos e no ferimento de outros, principalmente nos municípios de Quelimane e Mocuba.
Esta é a percepção de João Duarte de Carvalho, ministro conselheiro da União Europeia em Moçambique, que falava esta quinta-feira (20), na cidade de Maputo, durante a reunião de balanço das quartas eleições autárquicas, que contou com a presença do presidente da Comissão Nacional de Eleições, Abdul Carimo.
Segundo Duarte de Carvalho, o papel da polícia deve ser o de garantir a ordem e segurança durante as eleições, e não o de interferir no processo, mas “infelizmente, fomos confrontados com situações de detenções arbitrárias de delegados dos partidos da oposição, que não foram libertados antes da contagem de votos, apesar de gozar da imunidade, fulcral para a transparência e credibilidade dos processos eleitorais”.
Durante a observação das eleições autárquicas de 20 de Novembro último, o ministro conselheiro da União Europeia diz que a missão notou que os agentes da polícia se comportavam de forma discreta na maior parte dos casos, mas nas zonas de maior competição e tensão, porém, apesar disso, entende que “a presença da Força de Intervenção Rápida num dia de eleição pode ser considerada excessiva. A sua actuação foi de uso excessivo da força nalgumas zonas, o que resultou na morte e ou ferimento de cidadãos”.
Fonte: @Verdade - 20.03.2014
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