Comandante da Polícia diz que blindados terão de voltar para o seu local de origem. Autoridades informam que viaturas encontravam-se em trânsito por Moçambique.
O Comandante Geral da Polícia de Moçambique, Jorge Khalau, declarou que as autoridades retiveram 16 viaturas blindadas que entraram no país, nesta Terça-feira (18/3), sem alegadamente terem obedecido aos procedimentos legais.
Khalau afirmou que as viaturas foram exportadas por uma empresa sul-africana que estaria a operar de forma irregular em Moçambique.
“Aquela empresa não está legalmente aqui e por isso retemos os blindados para tomar algumas medidas”, disse. O Comandante da Polícia salientou desconhecer o destino das viaturas, mas sublinha que as mesmas terão de ser enviadas de volta para o seu ponto de origem.
“Não vamos permitir que aqueles blindados vão para qualquer outro sítio. É de uma empresa sul-africana, tem de voltar.”
Sigilo sobre o destino
O Ministro da Defesa, Agostinho Mondlane, também foi a público minimizar o incidente. Ele sublinhou que a coluna de blindados não se encontrava em cumprimento de alguma missão militar.
“Uma operação desta tem que passar por diversas instituições e tornar-se pública de tal forma que todos os moçambicanos saibam”, lembrou.
Para o ministro, trata-se de um “caso alfandegário” e as viaturas encontravam-se em trânsito por Moçambique.
“Há várias viaturas e meios produzidos na África do Sul, que transitam e usam nosso porto. Creio que isto já é um assunto alfandegário. Não é nossa missão dizer que a mercadoria ou o produto tal está vindo da África do Sul e está indo para o sito tal”, explicou Mondlane.
Os blindados com a inscrição UN - geralmente usada para identificar viaturas das Nações Unidas - foram retidos pelas autoridades moçambicanas quando circulavam em Maputo.
“Empresa sul-africana”
As viaturas entraram no país através da fronteira com a África do Sul e dirigiram-se à capital moçambicana percorrendo distância de cerca de 120 quilômetros.
A circulação de viaturas blindadas com a inscrição “UN” - usada pelas Nações Unidas - da cidade fronteiriça de Ressano Garcia até a cidade de Maputo, surpreendeu a população e a notícia espalhou-se rapidamente.
No passado, diversas viaturas com a mesma inscrição circularam no país durante o processo de pacificação que se seguiu a guerra civil dos 16 anos que opôs o Governo da FRELIMO e o então movimento da RENAMO.
Atualmente o país vive um clima de tensão militar opondo de novo estas duas forças e a RENAMO tem exigido a presença no terreno de observadores internacionais para supervisionarem o cessar-fogo.
Fonte: Deutsche Welle – 19.03.2014
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