A Africa do Sul poderá negar a entrada no território do destituído Presidente da República Centro Africana (RCA), François Bozizé, que, agora, se encontra refugiado nos Camarões, na sequência do golpe de estado perpetrado último fim-de semana pela coligação rebelde ‘Seleka’.
Diplomatas sul-africanos que acompanham os últimos desenvolvimentos na RCA disseram que Bozizé não deverá ser acomodado na África do Sul.
O semanário sul-africano ‘Sunday Times’, editado em Joanesburgo, dá conta de que o governo dos Camarões confirmou, na segunda-feira, que Bozizé se preparava para partir para a África do Sul ou para um outro país.
Na condição de anonimato, um diplomata sul-africano afirmou que "não podemos manter Bozizé no nosso país. A aceitá-lo não seria apenas ‘cuspir’ na cara dos sul-africanos, mas também uma mensagem errada para o resto do continente."
Disse que o julgamento recente do militante nigeriano, Henry Okah, e a detenção de um grupo de rebeldes suspeitos de planearem um golpe de estado na República Democrática do Congo (RDC) podem constituir um motivo para Pretória não aceitar receber Bozize.
O chefe de Estado-Maior-General do exército da África do Sul, General Solly Shoke, anunciou, publicamente, a morte de 13 soldados sul-africanos e ferimento de outros 27 durante o confronto que antecedeu a tomada de Bangui, a capital centro africana.
Descrevendo o confronto de um “inferno”, os militares denunciaram que a missão na RCA era uma farsa e que a mesma visava manter no poder um ditador.
Posições defensivas de mais de 400 soldados sul-africanos, incluindo forças para-militares, foram inviabilizados durante as 13 horas de combate contra os mais de três mil rebeldes da ‘Seleka’.
Entretanto, a União africana (UA) suspendeu, Segunda-feira, a RCA e impos sanções contra os líderes do grupo golpista.
“O Conselho pede a todos os estados membros que tomem as medidas necessárias para isolar completamente os autores dessa mudança de poder na RCA”, disse o Chefe do Conselho de Segurança e Paz da UA, Ramtane Lamamra.
Esta medida inclui restrições de viagem e congelamento de bens dos líderes da ‘Seleka’.
Fonte: AIM – 26.03.2013
Sem comentários:
Enviar um comentário