Eleições na Ordem dos Advogados são já amanhã.
Os dois candidatos à Ordem dos Advogados de Moçambique centraram-se na procuradoria ilícita exercida não só pelos estrangeiros, como também por alguns escritórios de consultoria instalados no país.
Quando eram justamente 17h00, o moderador do frente-a-frente, Salomão Moyana, convidou os candidatos ao palco. O primeiro a ser convidado foi o candidato da lista A, Lourenço Malia, que recebeu uma ovação, acompanhada de um grito solto. A seguir, seria Tomás Timbana, da lista B. Não ouve o grito solto que se ouviu aquando da entrada do primeiro candidato, mas uma ovação prolongada e repetida. Estava preparado o ambiente para um debate caloroso que se esperava.
E o que faltava? Nada, senão o início do evento. Salomão Moyana convidou o candidato da lista A, Lourenço Malia, para, em dois minutos, explicar as razões por que decidiu candidatar-se. Sem demora, Malia apontou as razões principais: “Decidimos candidatar-nos porque vimos que havia apenas uma lista, e achámos que havia outras questões que a lista existente não acomodava. Achámos que podíamos ser uma alternativa válida neste processo”.
Por seu turno, o candidato da lista B, Tomás Timbane, referiu: “Queremos dinamizar a ordem. A questão de relacionamento institucional é fundamental. Queremos advogados que exerçam a advocacia com ética”.
Procuradoria ilícita no centro de debate.
Malia iniciou o debate com um discurso de ataque ao que considera “fenómeno problemático”, a procuradoria ilícita exercida por advogados estrangeiros. “Queremos acabar com a falsa parceria. O que acontece é que vêem dois advogados estrangeiros e abrem escritórios aqui em nome de parceria com moçambicanos, mas, quando olhamos, vemos que esse parceiro moçambicano não manda, é simplesmente um moleque. Temos de eliminar as pseudo-parcerias”.
Este discurso foi, até certo ponto, um ataque ao seu opositor, Tomás Timbane, que é acusado de ter uma parceria com escritórios de advogados estrangeiros pouco clara. Tomás Timbane refutou que tenha uma parceria pouca clara e disse que a sua candidatura estava preocupada com o exercício de procuradoria ilícita, razão pela qual esse fenómeno “constitui o ponto fundamental” do seu manifesto.
“Nós queremos combater o exercício ilícito de advocacia. É preciso entender que o exercício ilícito não acontece só com os advogados estrangeiros, mas também com escritórios de contabilidade, consultoria”, explicou Timbane, acrescentando que pretende trabalhar para que o Governo e as grandes empresas, como os mega-projectos, parem de contratar advogados estrangeiros. “O Governo e as grandes empresas devem parar de contratar directamente advogados estrangeiros, porque isso retira oportunidades aos advogados moçambicanos”, realçou.
Fonte: O País online - 22.03.2013
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