O governo moçambicano "está a pressionar" a família do taxista
moçambicano Mido Macia a retirar a queixa contra as autoridades sul-africanas,
para resolver a questão fora dos tribunais e optar por um advogado indicado
pelo Executivo de Maputo.
A denúncia é do escritório sul-africano de advogados que representa a família de Mido Macia, que recentemente morreu após ter sido amarrado na parte traseira de um carro da polícia sul-africano e arrastado 400 metros numa estrada alcatroada.
Um comunicado a que a agência Lusa em Maputo teve acesso indica que "representantes do Governo de Moçambique têm vindo a pressionar sobre a família, de modo a revogar o mandato conferido aos procuradores Jurgens Bekker e Andrew Boerner e prosseguir uma acção cível contra o Ministro da Polícia sem custo para a família".
Os advogados sul-africanos da família do taxista referem que Jossefa Macia, pai de Mido Macia, se vai reunir hoje com representantes do governo moçambicano na embaixada de Moçambique na África do Sul.
"A nossa empresa não recebeu qualquer comunicação do Governo moçambicano, ou de seus representantes. O Governo moçambicano está ciente de que a nossa empresa está mandatada pela família Macia", além de que "ignoraram os nossos escritórios em todo este processo", afirmam os advogados sul-africanos.
Os causídicos sul-africanos lembram que os seus escritórios são os legítimos representantes da família Macia.
"Recomendamos o Governo moçambicano e o Ministro da Polícia da África do Sul a não entrar em contacto com os nossos clientes directamente", apelam os defensores oficiosos da família de Mido Macia.
Imagens captadas por um vídeo amador mostram Mido Macia, que morreu a ser detido por agentes sul-africanos, após uma discussão sobre estacionamento numa praça de táxi na região de Deyveton, em Joanesburgo.
No funeral de Mido Macia, as autoridades moçambicanas condenaram o acto, após o Presidente da África do Sul ter pedido desculpas a Moçambique pela morte do taxista moçambicano.
Nove agentes sul-africanos envolvidos na morte de Mido Macia deverão em breve ser julgados por um tribunal da África do Sul.
Fonte: Notícias Sapo – 19.03.2013
Sem comentários:
Enviar um comentário