A Estrada Nacional Numero 13 (EN13) que liga as cidades de Lichinga e Cuamba, provincia de Niassa, Norte de Mocambique, vai ‘finalmente’ ser asfaltada, a partir de 2014.
O semanário “Domingo”, editado em Maputo, escreve na sua pagina electrónica (www.jornaldomingo.co.mz), hoje actualizada, que o dinheiro para aquela importante obra de cerca de 210 quilómetros de extensão já existe. Fala-se de pouco mais de 240 milhões de dólares americanos, fundos provenientes do Japão, Moçambique e do Banco africano para o Desenvolvimento (BAD).
Este montante inclui a construção de pontes sobre os vários rios existentes ao longo do troço rodoviário até Massangulo, no distrito de Ngaúma.
Enquanto isso, as autoridades governamentais – centrais e provinciais – afirmam estar a procura de 80 milhões de dólares americanos para financiar o troço remanescente que compreende a vila de Massangulo e a cidade de Lichinga.
A EN13 é vital para o desenvolvimento da província de Niassa, porquanto permite a sua ligação ao Porto de Nacala, para onde, regularmente, os agentes económicos vão buscar mercadorias para abastecer vários mercados, principalmente os que se situam na parte norte da província.
Apesar de a reabilitação daquela estrada ser já uma certeza, várias correntes não acreditam que as obras vão de facto começar. A incerteza está associada ao facto de ainda não estarem fixadas as datas de início da empreitada.
Aquela estrada é apontada pelo Plano Estratégico de Desenvolvimento de Niassa como fazendo parte do triângulo de desenvolvimento que vai alavancar a economia desta parte de Moçambique, a par das outras duas estradas, nomeadamente Cuamba/Marrupa/Lichinga.
As actuais condições daquela via, que também dá acesso, através do distrito de Mandimba, ao vizinho Malawi, tornam a vida das populações cada vez mais difícil, para além de afugentar potenciais investidores.
Agentes económicos contactados pela reportagem do “Domingo” questionaram as promessas do Governo, afirmando que desde a década 90 que se fala da reabilitação da EN13, chegando ao ponto de interrogar os critérios utilizados para se priorizar a EN14, que liga a cidade de Lichinga a Pemba, já asfaltada.
Durante a época chuvosa, acrescentaram, as casas comerciais de Niassa ficam desprovidas de mercadorias, pois, as empresas responsáveis pelo transporte de mercadorias dos portos para a província recusam-se a fazê-lo, receando danificar as suas viaturas. Para os que aceitam, sujeitam-se a levar mais de dez dias para chegarem a Lichinga, encarecendo consequentemente os produtos.
A título de exemplo, em Fevereiro último, altura em que a ponte sobre o rio Luculumezi, entre os distritos de Ngaúma e Mandimba, desabou devido à fúria das águas, alguns transportadores foram obrigados a usar uma via alternativa (Lichinga/Marrupa/Cuamba) e, em consequência, agravaram o custo do transporte.
Entretanto, David Malizane, governador de Niassa, assegurou que a reabilitação da EN13 é irreversível: “Temos dinheiro garantido para os primeiros dois lotes, nomeadamente Cuamba/Muita e Muita/Massangulo”.
O chefe do Executivo de Niassa acredita que as negociações em curso, visando a mobilização de mais fundos para a conclusão de toda a rodovia, vão ter um final feliz, por se tratar de um assunto que preocupa o Governo, empresários e as comunidades.
Fonte: AIM – 31.03.2013
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