A SITUAÇÃO OBRIGA OTM A REVER A SUA
ESTRUTURA ORGÂNICA
Os
tradicionais parceiros internacionais de cooperação que apoiam a Organização
dos Trabalhadores de Moçambique-Central Sindical (OTM-CS) têm vindo a reduzir,
nos últimos anos, a sua assistência financeira àquela agremiação, alegadamente devido
ao agravamento da crise financeira internacional despoletada em 2007 no sector
Imobiliário dos Estados Unidos da América (EUA).
Em
entrevista ao Correio da manhã, Francisco Mazoio,
porta-voz da OTM-CS, não avançou, contudo, detalhes sobre valores da ajuda
reduzidos, situação que obriga a organização a proceder a “reformas
estruturais profundas visando reduzir o peso operacional da nossa agremiação”.
A decisão foi
tomada no decurso do VI Congresso da OTM-CS, realizado em Dezembro de 2012, no
Município da Matola e consistiu, a título de exemplo, na eliminação do chamado Presidium,
composto por um presidente e um vice-presidente, bem como na abolição dos
Conselhos Fiscais Provinciais e redução do número de membros do Secretariado da
organização.
A agremiação
decidiu também pela atribuição de todas as actividades executivas que eram
feitas pelo Presidente e Vice-Presidente ao Secretário-Geral da OTM-CS, como uma
outra medida de contenção de despesas operacionais.
Para além de
fundos externos, a agremiação sobrevive com base na quotização dos membros filiados
nos 16 sindicatos ramais que compõem a OTM-CS, de acordo igualmente com
Francisco Mazoio, acrescentando que os valores cobrados “são insufi cientes”
para garantir o normal funcionamento da sua organização.
No global, a OTM-CS
conta com perto de 128.710 trabalhadores filiados, “mas as suas quotas que,
variam de 0.5% a 1% do salário mensal de cada membro, não correspondem às
necessidades da agremiação”, situação que é agravada pelo facto dos salários
pagos à maioria dos trabalhadores membros serem “muito baixos”.
De acordo
ainda com Mazoio, aquela situação coloca a OTM-CS numa situação de “dependente
permanente da ajuda externa”.
Fonte: Correio da Manhã - 28.01.2013
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