Os médicos moçambicanos admitiram recorrer ao Presidente Armando Guebuza para resolverem o diferendo com o governo e reiteraram queixas contra alegada intimidação por parte de autoridades locais, que "forçam os médicos grevistas a trabalhar".
"Estamos a estudar com o nosso gabinete jurídico até que ponto o Ministério da Saúde tem autonomia sobre este assunto e não está posta de parte a possibilidade de falarmos com o Presidente sobre as exigências dos médicos, como último recurso", disse ontem à Lusa o presidente da Associação Médica Moçambicana, Jorge Arroz.
No segundo dia da greve dos médicos em Moçambique, Jorge Arroz referiu que continua a receber denúncias de médicos afectos a unidades sanitárias nos distritos que "estão a ser ameaçados e levados à força" pelos governos locais, "acompanhados da polícia e agentes secretos moçambicanos", aos postos de trabalho.
Ontem, "cerca de 300 médicos" estiveram a recolher lixo na praia da Costa do Sol, em Maputo, uma actividade que, segundo o responsável dos médicos, consta dos estatutos da associação e visa "promover a saúde pública".
"A ideia de desenvolver esta acção de limpeza também era para mostrar ao povo que a greve está efectivamente a acontecer, porque está a haver uma onda de desinformação" sobre a paralisação das actividades dos médicos, disse Jorge Arroz.
Na segunda-feira, os médicos moçambicanos deram início a uma greve à escala nacional por tempo indeterminado, que o governo considera ilegal, exigindo aumentos salariais e melhores condições de trabalho, mas asseguram serviços mínimos.
Segundo a Associação Médica Moçambicana a quase a totalidade dos médicos generalistas, pós graduandos e estagiários aderiram à greve.
As autoridades sanitárias moçambicanas convocaram médicos militares e aposentados para trabalharem no Hospital Central de Maputo, a maior unidade sanitária de Moçambique, para suprir a falta de pessoal médico.
O porta-voz do Ministério da Saúde de Moçambique, Martinho Djedje, disse à Lusa que a situação "está sob controlo, que houve algumas melhorias no atendimento", mas disse não ter informações sobre os supostos actos de intimidação dos médicos em greve.
Fonte: (RM/Lusa) - 09.01.2013
2 comentários:
Ola Reflectindo,
tenho andado um pouco ausente mas de tempos em tempos vou espreitando os sítios...
Saberás, por acaso, porque é que o Prof Carlos Serra não fala da greve dos médicos?
Desejo-te um bom ano e a todos que aqui vêm.
Bjs no coração.
Olá Gata
Próspero Ano Novo para ti!
Essa é uma boa pergunta. Também questiono, mas não é apenas sobre isso. Tanto que eu gostaria de saber dele próprio, mas desde há muito que qualquer comentário meu não passa no Diário de um sociólogo. Também não sei porquê, talvez seja o problema de spam. Não sei.
Bjs
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