domingo, julho 01, 2012

MOCAMBIQUE/MENOS DE 6% DAS MULHERES POSSUEM TRABALHO ASSALARIADO

Apenas 5.8 por cento das mulheres em Mocambique com 15 ou mais anos em condições psíquicas e físicas de desenvolver qualquer actividade económica possuem um emprego assalariado, seja em dinheiro ou em espécie. 



O documento do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), intitulado “Mulheres e Homens em Moçambique”, de 2008, revela, ainda, que 56.5 por cento trabalham em regime de conta própria e que 37.8 por cento ocupam-se de trabalhos familiares e sem nenhuma remuneração. 
Moçambique possui aproximadamente 12 milhões de pessoas economicamente activas, das quais mais de 55 por cento são mulheres. 

O mesmo documento, citado hoje pelo jornal “O Pais”, mostra que, agora, a situação é também sombria para os homens, mas, comparativamente às mulheres, encontram-se numa situação de vantagem. 

O inquérito conduzido pelo INE indica que 22.2 por cento dos homens economicamente activos possuem trabalho assalariado, sendo que 68.7 por cento trabalham em regime de conta própria e apenas 9.1 por cento prestam trabalhos familiares, sem nenhum tipo de remuneração. 

De acordo com o Fórum Mulher, “apesar das mulheres serem numericamente a maioria e terem grandes responsabilidades como mães, esposas e filhas, a sua situação é de subordinação e sujeição, devido ao facto de não poderem ter acesso e controlo sobre recursos como a terra”.

De acordo com a organização, a mulher “encontra-se exposta a vários riscos, que a colocam numa situação de grande vulnerabilidade, por questões culturais, construções sociais e económicas, que a relegam à discriminação, isolamento e exclusão”. 

Em resultado disso, as mulheres estão em piores condições que os homens, porque não têm autonomia em como controlar ou dar destino final aos seus rendimentos.

Na verdade, os assalariados constituem a minoria da população empregada em Moçambique (13.3 por cento), pois a maior parte da população moçambicana trabalha por conta própria (62.1) ou em trabalhos familiares sem remuneração (24.6 por cento). 

Esta e outras problemáticas ligadas à mulher inspiraram o grupo Insitec e o Fórum Mulher a promoverem um simpósio sobre a “Inclusão e exclusão da mulher na economia moçambicana: desafios e oportunidades para o sector privado”, previsto para 12 de Julho próximo, em Maputo. 

Fonte: AIM – 29.06.2012

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