sábado, julho 14, 2012

No topo elas já participam, mas continuam sem peso na base

Mais de 300 pessoas participaram, ontem, no simpósio sobre a “Inclusão e Exclusão da Mulher na Economia Moçambicana”, um evento que espelhou a dura realidade enfrentada pelas mesmas no dia-a-dia.
“As mulheres continuam no sector reprodutivo sem remuneração e produtivo pouco remunerado”.

As mulheres foram brindadas, ontem, em Maputo, com um grande debate sobre a sua participação na economia moçambicana. Foi um dia em que, mais uma vez, as questões de equidade de género vieram à tona, com as mulheres e activistas dos direitos das mulheres a reclamarem uma melhor posição social e económica em todas as áreas de intervenção.
Os dados mostram que as mulheres estão mais envolvidas com o sector informal, encontrando-se em mais de 85% no sector agrícola.
As mulheres estão em peso também no comércio informal transfronteiriço, assim como nos mercados.
A presidente do Fórum Mulher, Isabel Casimiro, entende que esta situação desfavorável da mulher em relação ao homem deve-se à fraca escolaridade das mesmas - 67% das mulheres moçambicanas são analfabetas, e o pouco acesso que as mesmas possuem em relação à gestão dos recursos, tais como terra, capital e recursos minerais.
Esta situação faz com que as mulheres sejam mais pobres que os homens, sendo, por isso, as mais afectadas pelo HIV-SIDA e encontrando-se, maioritariamente, nos sectores menos produtivos da economia, daí que as suas remunerações são inferiores que as dos homens e encontrarem mais dificuldades no acesso à protecção social e no exercício dos seus direitos fundamentais.
“As mulheres continuam no sector reprodutivo sem remuneração e produtivo pouco remunerado”, realçou Isabel Casimiro, fundamentando sua posição com base em dados que mostram que os homens estão em maior número nos sectores mineiro e financeiro, que são dos que melhor remuneram os trabalhadores. As mulheres estão ainda em menor número que os homens na função pública e nos sectores de construção civil e transportes e comunicações.

Fonte: O País online – 13.09.2012

2 comentários:

Reflectindo disse...

Gosto deste tipo de debate só que o problema é que o que se permite discutir em Mocambique é inclusão e exclusão da mulher e dos jovens. Aqui até já não se contam as histórias de heranca nem diz que quem aponta o dedo os que perpetua a exclusão da mulher ou jovem não rotula. Mas os problemas são os mesmos quanto à inclusão e exclusão regional e étnica. Por exemplo revelou-se há pouco o problema prevalente de analfabetismo em Cabo Delgado ao contrário de Maputo. Com certeza os problemas de inclusão e exclusão da mulher e juventude podem ser gravíssimos se observarem-se no contexto regional e étnico. Discutam todos esses problemas!

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