A perseguição sem trégua lançada por pescadores na província meridional de Inhambane, na sequência dos recentes ataques de tubarão que já provocaram um morto e dois feridos, levaram ao massacre terça-feira de nove tubarões de várias espécies destinado a restaurar a segurança dos pescadores nas águas da sua baía.
Entre os nove tubarões mortos na baía dos Cocos, distrito de Jangamo, destacam-se espécies como tubarão touro (três); igual número de tubarão-martelo; dois tubarões tigre; um tubarão viola cujo comprimento varia de dois a três metros, com uma média de 90 quilogramas.
Antes da impiedosa chacina, espelho da revolta dos pescadores, dois filhotes foram também mortos semana finda no mangal das águas da baía de Inhambane, onde tinham o seu habitat temporário para evitar que virassem presas de outros predadores marinhos, porquanto essa é uma das práticas desta espécie antes de se adaptar ao mar profundo.
Nos ataques até então registados, num espaço de apenas um mês, o primeiro aconteceu na baía da Maxixe onde o predador marinho devorou a mão de um pescador, enquanto no outro ocorrido na região de Nhaduga a vítima foi uma pescadora, que viria a perder a vida no dia seguinte em leito hospitalar.
Apesar de os pescadores se sentirem um tanto ou quanto aliviados depois de matar os nove tubarões, uma pergunta subsiste em relação ao tubarão que atacou os pescadores, porque algumas das espécies são de tribos inofensivas à presença do homem nas águas do mar, daí se questionar o objectivo a alcançar com a revolta dos pescadores.
O pescador Pedro José, citado pelo Jornal O País, aventou a possibilidade de haver mais tubarões naquelas águas até porque, em épocas de reprodução, fêmea é acompanhada pelo macho, gesto que se calcula que seja em sua defesa.
A população da baía de Inhambane vincou que enquanto as águas não forem declaradas livres de tubarões, apontam a necessidade de reforçar os níveis de cuidados sempre que alguém se fizer ao mar.
A Associação de Pecadores e a Delegação Provincial da Administração Marítima juntaram-se a cerca de 40 pescadores e juntos iniciaram, há três semanas, uma operação da caça ao tubarão espécie que, por sinal, está entre os animais marinhos protegidos.
Fonte AIM – 11.11.2015
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