domingo, novembro 08, 2015

O Último Tiro de Chipande

Por Marcelo Mosse

Há pouco mais de duas semanas, o Presidente da Republica, Filipe Nyusi, reuniu o Conselho Nacional de Defesa e Segurança. Na agenda estava a definição de uma saída para a questão da integração das forcas residuais da Renamo no exército. Entre abordar a Renamo para mais conversa ou partir-se para o desarme compulsivo, esta última opção pesou mais. Seu mentor tem um nome de código: autor do primeiro tiro. Reza a historiografia oficial da luta de libertação nacional que Alberto Chipande, a sombra tutelar de Filipe Nyusi, foi quem premiu o gatilho inaugural da guerra que libertou o Pais do colonialismo. Foi em 1964. Em terras macondes.

O General Chipande se cruza novamente com a história da guerra. Em 2015, ao som de uma mapiko coreografada la do alto do poder. Agora trata-se de derrotar militarmente a Renamo. Seu argumento (de Chipande em circuito fechado) eh o de Dhlakama não eh serio, facilmente rasga acordos e, por isso, já chega de ir na cantiga do líder do maior partido da oposição, que continua ainda militarizado. Chipande controla agora a narrativa do percurso político de Moçambique. (...)

Uma coisa eh certa…tudo indica que o projeto de desarmamento da Renamo não vai terminar assim num ápice, como se pretende. Por isso eh de esperar que o prato do diálogo politico na balança volte a ganhar peso e o Presidente Nyusi não saia cabisbaixo deste processo.


(,,,) Leia amanha no PUBLICO.

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