Por Matias Guente
A situação é explosiva no partido Frelimo e o vendaval ameaça tomar proporções ciclónicas. Tal como o Canal de Moçambique avançou em primeira mão na edição passada, estava em marcha um abaixo-assinado de membros do Comité Central (CC) em contestação e repúdio à posição da direcção do partido de limitar a lista de pré-candidatos a Alberto Vaquina, José Pacheco e Filipe Nyussi, as escolhas da Comissão Política. O abaixo-assinado agora está já a circular. É público e mostra bem que Guebuza e sua ala estão em muito maus lençóis. Os membros do partido decidiram colocar Armando Guebuza e seu colaborador, o secretário-geral, Filipe Paúnde, de “saia justa”, numa impugnação histórica.
Os signatários do abaixo-assinado consideram que todo o processo de selecção dos pré-candidatos não observou os estatutos e exigem uma fiscalização da Comissão de Verificação. Fazem notar que como José Pacheco é secretário do Comité de verificação, o mesmo não deve fazer parte da reunião, quando o órgão for a analisar a exposição, por ele ser parte interessada do processo.
A exposição poderá culminar com abertura de espaço para nome como os de Luísa Diogo, Eneas Comiche, Eduardo Mulémbwè, Aires Ali e provavelmente Tomás Salomão, avançarem também como pré-candidatos no Comité Central já marcado para daqui a um mês.
Todos esses nomes estão ligados ao antigo presidente Joaquim Chissano e têm sido vitimas de combate interno promovido pela ala de Armando Guebuza que aparentemente controla o partido, sobretudo depois do X Congresso, em Pemba, em que se começou logo a antever o vendaval que ainda aí viria.
Os signatários também fazem uma radiografia do País. Falam de cidadãos que estão a morrer inocentemente e outros que não estão seguros nas suas machambas, nas suas casas, nas estradas, na via pública, quer no campo quer na cidade, devido ao espectro de guerra civil. “A criminalidade instala-se e a instabilidade tende a generalizar-se”, dizem os signatários.
Os requerente exigem ainda que o Comité Central seja antecipado e não nos dias 27 e 28 de Fevereiro e 1 e 2 de Março próximos como já foi marcado pela Comissão Política e anunciado publicamente.
Os próximos dias serão frenéticos com lobbies da ala Guebuza para que a exposição seja ridicularizada. O Canal de Moçambique soube que Filipe Paúnde, secretário-geral do partido, e Margarida Talapa, membro da Comissão Política e chefe de bancada parlamentar, foram destacados pela ala Guebuza para tratarem do assunto a nível dos Comités Provinciais.
Fonte: Canalmoz - 29.01.2014
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