Manuel António de Araújo é o vencedor das eleições municipais intercalares em Quelimane com 62,27% dos votos apurados. De acordo com o resultados divulgados esta quinta-feira pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral em Quelimane o candidato Lourenço Abubacar obteve 37,72% dos votos.
O edil eleito nasceu a 11 de Outubro de 1970, em Quelimane, onde fez os seus estudos primários e secundários. Araújo estudou na Escola Primária de Coalane, anexa ao Centro de Formação de Professores Primários de Nicoadala, na Escola Secundária 25 de Junho, e na Escola Pré-Universitária 25 de Setembro, todas na cidade de Quelimane.
Fez o ensino superior no Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI) e nas Universidades do Zimbabwe e Fort Hare (MPS), na Universidade de Londres (MSc SOAS) e na Universidade de East Anglia (PhD), no Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte. Leccionou na Escola Secundária 25 de Setembro, na Francisco Manyanga, no Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI), no Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique (ISCTEM), na Universidade Pedagógica (UP) e na Universidade A Politécnica, em Maputo.
Manuel de Araújo foi fundador da Associação dos Estudantes de Relações Internacionais, do Conselho Nacional da Juventude, do Conselho Juvenil para o Desenvolvimento do Voluntariado, da Fundação para o Desenvolvimento da Zambézia, da Associação Moçambicana no Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, e do Centro do Estudos Moçambicanos Internacionais (CEMO), onde desempenhou até ao dia 8 de Novembro do ano corrente a função de presidente.
Araújo, que também é director do órgão de informação Diário da Zambézia, como filho da casa, conhece as dificuldades da cidade de Quelimane e avança com cinco prioridades, das quais o problema de transporte e degradação das vias de acesso, no caso de for eleito edil daquela urbe, onde tem estado a investir em vários projectos, designadamente de turismo na praia de Zalala.
Manuel de Araújo foi deputado pela Renamo, na Assembleia da República, na legislatura 2004/2009. É muito popular na capital da Zambézia, onde mantém com várias forças vivas locais, incluindo a Frelimo, relações que poderão levar a que Quelimane seja a mais próxima autarquia do país a ser governada por um edil do MDM.
Como o futuro edil irá resolver os problemas de Quelimane?
1. Infra-estrutura e Saneamento do meio
O que vai fazer: Alargar e abrir novas estradas e levar água aos munícipes, construir sistemas de drenagem, reabilitar os jardins e parques, a zona costeira; conceder o apoio à reconstrução/ reabilitação dos edifícios emblemáticos da cidade.
Em primeiro lugar vamos fazer uma inventariação do estado das infra-estruturas municipais. Isso permitir-nos-á ter uma noção exacta e clara não só do seu estado de conservação mas também os custos para a sua reparação. Com base nesse banco de dados em consulta com os munícipes vamos traçar uma lista de prioridades exequíveis em dois anos, pois esse é o nosso mandato.
Escolheremos algumas ruas alcatroadas para reabilitação, enquanto algumas serão construídas de raiz privilegiando os pavés, que são, a nosso ver, a resposta mais adequada dados os constrangimentos temporais e financeiros.
Tecnicamente a prioridade será para as valas de drenagem, razão principal da degradação das infra-estruturas físicas do município. Estamos a falar das estradas, edifícios e pontes. Dado o nível freático da cidade de Quelimane a limpeza, manutenção e reabilitação das drenagens descongestionará as águas, meio caminho para a manutenção das infra-estruturas.
No que se refere ao abastecimento de água, estabeleceremos uma parceria com o FIPAG e criaremos um ambiente de negócios favorável à criação de empresas privadas de abastecimento de água.
Mudaremos a legislação no sentido de tornar obrigatória a necessidade da construção de tanques e cisternas que possibilitem o aproveitamento da água das chuvas. A construção de represas e reservatórios para o aproveitamento das águas das chuvas será uma prioridade.
Um terceiro passo será o aproveitamento e reciclagem de água que não seja para consumo humano. No que refere ao saneamento do meio apostaremos na inventariação dos meios existentes para aferirmos a capacidade em termos de veículos circulantes, nomeadamente carros, tractores, escavadoras e outros. Priorizaremos a reparação dos meios existentes, para além da aquisição de novos meios circulantes.
Apostaremos na construção de um centro de tratamento, reciclagem e processamento do lixo para a produção de energia. Contaremos com recursos próprios, nomeadamente os provenientes das receitas de prestação de serviços bem como as resultantes das colheitas diárias dos mercados municipais.
Uma gestão transparente do processo de recolha e priorização de fundos públicos, melhorar a prestação do município nas áreas retromencionadas. Alguns bairros apresentam graves problemas de saneamento que exigem do município um esforço redobrado.
Os meios podem ser encontrados localmente em combinação com parcerias com outras organizações interessadas no desenvolvimento desta cidade. Lançaremos uma conta denominada “Dez Meticais por Quelimane” onde esperamos que todos os quelimanenses e amigos de Quelimane residentes e os na diáspora possam contribuir.
Contaremos também com as parcerias e gemelagens com outros municípios dentro da província, do país, do continente africano e do mundo. Ainda no quadro do lançamento da nossa candidatura efectuámos visitas exploratórias nas cidades de Tete, Chimoio, Beira e Maputo, em Moçambique, Johannesburgo, na África do Sul, Nairobi, no Kenya, Accra no Ghana e Londres.
2. Recolha do Lixo e dos Resíduos Sólidos
O que vai fazer: Aumentar o número de veículos apropriados para a recolha do lixo, assim como melhorar os aterros. O problema da limpeza de uma cidade não reside no número de carros de recolha de resíduos sólidos, mas, na educação cívica das populações. Ninguém tem a cultura de viver na imundície e é possível adaptar-se à vida urbana,e para tal, é necessário que haja uma educação cívica permanente. Esta acção deve ser combinada com a aquisição gradual de carros ou tractores de recolha de lixo e resíduos sólidos. Privatizaremos algumas zonas no que se refere à recolha do lixo e a gestão dos resíduos sólidos e não só.
3. Produção de Alimentos e Abastecimento à Cidade
O que vai fazer: Criar um programa que visa (re)organizar a cadeia produtiva para o abastecimento regular de produtos alimentares agrícolas, pecuários e manufacturados, assim como apostar na construção de embarcações de pequeno porte.
No passado, a cintura verde da cidade fornecia produtos agrícolas em abundância, porém, o sistema começou a falhar quando os produtores deixaram de receber financiamento bancário. Organizar os camponeses em associações de produtores e ou cooperativas agro-pecuárias requer uma vontade política.
Na cintura de Quelimane há gente interessada em relançar a produção de artigos alimentares e a agro-indústria pode voltar a funcionar, oferecendo emprego às pessoas. O município vai mobilizar investidores tanto externos como internos para trazerem o seu dinheiro para Quelimane. Criaremos um ambiente de negócios conducentes à criação de um empresariado local na área agrícola e do agro-processamento. As zonas da Madal, Chuabo Dembe, Gogone, Mborio, Ivagalane e Ilalane serão potenciadas e priorizadas.
Ademais, promoveremos a criação de ‘Casas Agrícolas” em cada bairro. Tais casas serão munidas de extensionistas agrários que prestarão serviços de assistência técnica aos produtores. Incentivaremos a criação de empresas médias de produção e acarinharemos as grandes empresas. Campos de experimentação e melhoria de sementes serão criados e promovidos.
Facilitaremos a importação de maquinaria agrícola para a assistência aos camponeses. O investimento directo estrangeiro será acarinhado e convidado a contribuir para a autosuficiência agrícola e alimentar.
4. Transportes
O que vai fazer: Melhorar as condições de transporte e criar uma empresa municipal de transportes públicos em parceria com o sector privado. Criaremos condições ambientais para a emergência e consolidação de pequenos, médios e grandes empresários na área do transporte. As rotas Quelimane- -Madal (uma das mais rentáveis) merecerão atenção especial.
As rotas Quelimane-Maquival-Zalala-Supinho e Quelimane-Padeiro-Namuinho e Quelimane-Namacata-Ceramica-Nicoadala merecerão atenção especial. A operacionalização destas rotas será antecedida de uma consulta popular com vista a aferir a sua priorização. Se a consulta aos munícipes determinar a necessidade da criação de uma empresa municipal de gestão do transporte público urbano, tal entidade será criada.
5. Saúde
O que vai fazer: Olhar para a saúde sob o ponto de vista preventivo. Garantir a existência de ambulâncias em cada hospital e posto de Saúde. Criar serviços municipalizados de bombeiros de salvação pública.
Não se compreende como um município como o de Quelimane não possua uma única clínica. Incentivaremos o sector privado a investir na criação de clínicas privadas, ao mesmo tempo que procuraremos recursos junto aos parceiros no sentido de dotar os centros de saúde com o mínimo desejável para a prestação de cuidados básicos de saúde.
Com fundos próprios e recorrendo a parcerias, o município construirá e alargará centros de saúde e outras unidades sanitárias. A autonomia administrativa e de gestão dos centros de saúde será acrescida. Alocaremos ambulâncias em cada bairro da cidade de Quelimane. Priorizaremos a melhoria dos meios disponíveis do corpo de bombeiros. Faremos a formação contínua dos bombeiros.
6. Educação
O que vai fazer: Lutar contra o analfabetismo, promover a inclusão digital, o acesso à educação profissional, técnica e tecnológica. A Lei 33 de 26 de Agosto de 2006 atribui competências aos municípios no que se refere à educação básica. Com base nessa lei, restruturaremos o sistema de educação básica dando maior autonomia aos gestores e directores das escolas públicas. Incentivaremos, criando estímulos e revendo as taxas aplicáveis ao ensino privado.
A qualidade de ensino será a prioridade, e para tal ofereceremos bónus e melhoraremos as condições de trabalho dos professores (através da criação de sistemas de crédito e de assistência sanitária aos professores). A reabilitação das escolas, incluindo a provisão de carteiras a todas as escolas merecerá atenção especial.
7. Meio Ambiente
O que vai fazer: Quanto ao meio ambiente o manifesto fala de duas campanhas: “Quelimane, cidade verde” e “Uma casa uma árvore de fruta, uma árvore de sombra e um jardim”.
8. Arte e Cultura
O que vai fazer: Criar bibliotecas ambulantes e outras de pequenas dimensões nos bairros. Criar um programa de registo de memória da cidade. Tornar o Carnaval de Quelimane uma referência dentro e fora do país e criar o Festival da Canção da Zambézia.
9. Habitação e Desenvolvimento Urbano
O que vai fazer: Oferecer lotes de urbanizados para que jovens, adultos e cidadãos recém-casados construam as suas próprias casas.
10. Criança e Adolescente
O que vai fazer: Manter as prioridades de combate ao trabalho infantil, abuso e exploração sexual infanto-juvenil, garantindo a atenção integral das políticas sectoriais. Sem resposta
11. Política para a Pessoa Idosa
O que vai fazer: Desenvolver política de humanização do atendimento ao idoso. Garantir o atendimento integral do idoso, valendo-se, dentre outros serviços, do Programa de Saúde da Família e do transporte. Estimular a criação de Centros de convivência que agrupem os idosos em torno de actividades de lazer, cultura e desporto. Sem resposta 1
2. Pessoa com Deficiência
O que vai fazer: Garantir o direito da pessoa portadora de deficiência à saúde, à educação, ao desporto, ao lazer e a profissionalização.
13. Desporto e Lazer
O que vai fazer: Implantar parques desportivos nos bairros de maior concentração populacional. Promover e apoiar à realização de grandes eventos Desportivos Nacionais, com destaque para os Jogos Escolares, Olimpíadas Universitárias.
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