Quelimane (Canalmoz) – Terminadas que estão as eleições intercalares, depois do candidato da Frelimo já ter reconhecido a sua derrota e felicitado o vencedor depois da Comissão de Eleições da Zambézia ter anunciado ontem os resultados, falta agora apenas esperar pelo “carimbo” da CNE, que deverá ocorrer nos próximos 15 de dias. Manuel de Araújo está exausto. Daviz Simango é uma espécie de messias. Quelimane e Beira preparam já um acordo de gemelagem autárquica.
A juventude inunda a sede do MDM em Quelimane de onde a policia fortemente armada já se retirou certamente envergonhada do ridículo a que o seu comando a sujeitou nestas eleições.
As ruas de Quelimane estão cheias de gente alegre.
Ninguém guarda rancor.
A elite endinheirada timidamente voltou às ruas depois de se ter enclausurado em suas próprias casas receando uma “revanche” popular que não aconteceu nem acontecerá.
Dos governadores provinciais que vieram ajudar o seu colega Itai Meque a segurar o poder que julgavam eterno ouve-se falar amiúde que foram vistos aqui e acolá “envergonhados”… “Andam escondidos”.
Todos “os grandes da Frelimo” que vieram em bando tentar tudo por tudo para não darem oportunidade à “geração da viragem”, “perderam o pio”.
Nunca o nome da Frelimo foi tão humilhado.
Nunca a Frelimo fez os agentes da Polícia passarem por momentos de humilhação tão desprestigiantes para a corporação que em Quelimane foi o símbolo da desordem em vez de ser o garante da ordem e lagalidade.
Quelimane está a viver momentos ímpares da sua história.
Por todo o lado as pessoas falam de “independência”.
Os desabafos que mais se ouvem são vários: “Respira-se liberdade”; “Já apanhámos o ladrão”; “O Galo comeu a maçaroca!”; “A Zambézia agora começa no Save”. Até os frelimistas que pareciam mais “ferrenhos” se começam a abrir e a não esconder que se sentem aliviados. “Frelimo nunca mais!”.
A juventude está claramente a tomar conta do campo. A repressão desapareceu das ruas. A FIR “fugiu”. A Polícia eclipsou-se. “Afinal há vida depois da morte”. “Quelimane ressuscitou”.
Até crianças já brincam pelas ruas a dizerem umas para as outras e a rirem-se às gargalhadas: “abaixo a Frelimo!”…
“Agora falta Nampula”, é a palavra de ordem. Os jovens sentem-se orgulhosos. Querem agora contribuir para que mais jovens do País se libertem. “Falta Chimoio”, grita um. “Tete”, diz outro. “Nacala”. “Dondo”. “Inhambane”. “Maputo”.
“A batalha final será Maputo”. A integridade territorial não está em causa. A Unidade Nacional pode sair reforçada.
A alegria que se vive em Quelimane é contagiante. Aos que não tiveram oportunidade de aqui estar só podemos recomendar que experimentem. Para isso é preciso que sobretudo a juventude saiba que para haver verdadeiras mudanças os jovens não podem continuar sem fazer nada.
Mudar é possível.
Quem sabe defender o voto como os jovens de Quelimane nos mostraram, pode vencer.
Fonte: Canalmoz - 09.12.2011
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