O secretário-geral da FRELIMO, Filipe Paúnde, negou hoje (segunda-feira) que as acções públicas moçambicanas estejam partidarizadas, afirmando que no país "há uma separação nítida entre o partido (no poder em Moçambique) e Estado".
A suposta partidarização do Estado tem sido denunciada pelos partidos da oposição moçambicanos, instituições religiosas e organizações não governamentais.
"Todos os partidos que existem têm membros que são funcionários (públicos), mas nunca dizem que têm lá (nos ministérios) uma célula, ou organização. Nós é que dissemos porque não queremos esconder nada", disse Filipe Paúnde.
Num balanço anual sobre as actividades do partido, o secretário-geral da FRELIMO disse aos jornalistas que "não há nenhuma instituição pública que tenha paralisado o seu trabalho neste país por haver uma reunião do partido".
"O que estão a dizer é uma coisa que efectivamente nunca aconteceu", considerou.
Recentemente, Afonso Dhlakama, presidente da RENAMO, o maior partido da oposição moçambicana, ameaçou promover manifestações para remover a FRELIMO do poder, por "alegadas práticas ditatoriais".
Afonso Dhakalama apontou a suposta "falta de democracia e partidarização do Estado" sobretudo "no exército moçambicano", situação que descreveu como "extremamente perigosa para a paz" no país.
No ano passado, os bispos católicos moçambicanos também denunciaram a "partidarização das instituições do Estado pelo partido no poder" e "a coação de cidadãos" para pertencerem a esta força política.
"Preocupa-nos, igualmente, a coação de cidadãos a pertencer ao partido FRELIMO (...) Isto é uma violação dos direitos humanos e é lesivo para a democracia e a paz", referiu a Conferência Episcopal de Moçambique em carta aberta.
Em 2010, os 19 principais doadores de Moçambique condicionaram o desembolso de 407 milhões de dólares para o Orçamento do Estado de 2011, alegadamente porque o governo moçambicano não estava a realizar "reformas ousadas", designadamente no "combate à corrupção" e "partidarização das instituições públicas".
No ano transacto, a Assembleia da República moçambicana criou uma Comissão de Inquérito para colher dados sobre a existência de células partidárias nas instituições do Estado, cujos resultados nunca foram divulgados.
Hoje, o secretário-geral da FRELIMO assegurou haver "uma separação nítida entre o partido e o Estado neste país".
“Não há, em nenhum momento, orientação dada aos militantes (da FRELIMO) para terem um gabinete nos ministérios, numa direcção provincial, nacional ou distrital, mas eles estão a trabalhar lá", frisou.
"Se este grupo chegar até três, aí está a minha célula! Se estiverem a almoçar três pessoas, aí está a minha célula! Como é que eu vou dizer que essas células vão desaparecer" "Vão desaparecer aonde", ironizou Filipe Paúnde.
Fonte: Angola press - 19.12.2011
1 comentário:
Ele mente. Simplesmente mente. Nao 'e com mentiras que se conquista a simpatia. Nao foi o mesmo que afirmou a existencia de celulas de partidos nas instituicoes publicas; nao sao reportados diariamente casos em que sao oficializadas celulas do partido Frelimo nas empresas publicas? Ele nao se recorda que uma equipa provavelmente do gabinte dele, composta por Marcelino dos Santos, Cuereneia Pacheco e tantos outros foram ofocializar celulas do partido no aeroporto de Maputo; nao testimunhas diariamente casos em que para se ser chefe, mesmo de uma equipa de Limpeza 'e preciso ser membro do Frelimo? Quem tem duvidas disso que va algumas instituicoes do estado e pergunte que partido pertence um determinado chefe. Pelo menos pode ir a UP e verificar isso.
Portanto ele mentiroso e nao merece ser ouvido.
Enviar um comentário