O governo moçambicano tranquiliza os actores das rádios comunitárias do país e reitera que não haverá migração do sistema analógico para digital, uma vez que estas utilizam frequências incompatíveis com a nova tecnologia que será adoptada pelas rádios e televisões públicas e privadas.
Os receptores de rádio e televisão analógicos actualmente na posse da maioria dos cidadãos vão exigir a instalação de um conversor para garantir a recepção do sinal das rádios e televisões públicas e privadas, excluindo as rádios comunitárias.
Este conversor, segundo algumas estimativas, poderá custar cerca de 80 dólares.
Falando hoje, em Maputo, durante uma conferência nacional sobre liberdades comunicativas, o representante do Ministério dos Transportes e Comunicações, Américo Muchanga, disse que as rádios comunitárias poderão continuar a fornecer os serviços, usando as mesmas frequências que estão atribuídas e equipamentos na sua posse.
Muchanga respondia as preocupações colocados por vários actores das rádios comunitárias e televisões privadas, que pretendiam compreender melhor o processo e direitos dos cidadãos.
O governo no seu processo de tentar garantir que haja uma migração analógica para digital no país tem estado a analisar algumas dessas preocupações. Tranquilizamos que as rádios comunitárias vão continuar a fornecer os serviços usando as mesmas frequências que estão atribuídas e equipamentos que possuem. Os ouvintes vão continuar a ouvir as emissões das rádios comunitárias, disse.
Para o caso das televisões, a fonte explicou que as frequências usadas são as mesmas para a televisão digital. Por isso, não haverá coexistência de dois sistemas dentro da mesma frequência.
Nesse processo, para os equipamentos como descodificadores que dizem respeito a componente da televisão prevê-se a aquisição de um dispositivo designado por set-top box para estarem disponíveis no mercado, em modelo que foi definido.
Os descodificadores vão estar disponíveis para o mercado e serão encontrados mecanismos para que o cidadão pague esse descodificador num prazo muito longo de 20 anos. Estes mecanismos estão pensados para que 1,2 milhões de famílias que hoje em dia têm televisão possam continuar a beneficiar-se dos serviços, disse.
A Estratégia de Migração de Radiodifusão Analógica Terrestre para Digital, foi aprovada em Abril de 2013 pelo governo. A mesma estabelece o processo da migração da radiodifusão analógica para digital em Moçambique, sistematiza o modelo empresarial do negócio, quadro de financiamento, bem como a arquitectura técnica e tecnológica.
Fonte: AIM - 08.05.2014
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