A exploração do gás natural existente na bacia do Rovuma poderá vir a ser feita conjuntamente pelos grupos norte-americano Anadarko Petroleum e italiano ENI, afirmou à macauhub em Maputo o administrador da estatal moçambicana Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), Paulino Gregório.
“Não obstante o grupo ENI ter anunciado pretender adquirir uma plataforma flutuante para proceder à liquidificação do gás natural existente no seu bloco tal não significa que esteja a seguir um rumo separado da norte-americana Anadarko Petroleum nos projectos da bacia do Rovuma”, disse ainda o administrador da ENH.
A recente publicação pelo grupo ENI de um anúncio para a contratação de uma empresa que desenvolva a referida plataforma lançou dúvidas sobre o interesse do grupo petrolífero italiano em desenvolver conjuntamente com a Anadarko Petroleum uma unidade de liquidificação de gás natural no distrito de Palma, no norte de Moçambique, como havia sido anunciado.
A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), que representa os interesses do Estado moçambicano nos projectos de exploração de gás natural da bacia do Rovuma, detém uma participação de 15% na concessão da Anadarko Petroleum (Área-1) e de 10% na da ENI (Área-4).
Referindo que o projecto para a construção da fábrica de Palma ainda está a ser definido pelo governo moçambicano e, por isso, não tem um orçamento estimado, o administrador da ENH adiantou que o desenvolvimento de duas unidades de liquidificação de gás natural poderá custar entre 10 mil milhões a 15 mil milhões de dólares.
Os valores necessários à fase inicial do projecto não são consensuais, com a Anadarko Petroleum a prever investimentos na ordem de 15,7 mil milhões de dólares, o Fundo Monetário Internacional 17,5 mil milhões de dólares e o governo moçambicano 18,3 mil milhões de dólares.
A bacia do Rovuma conta actualmente seis áreas de concessão para a exploração de hidrocarbonetos, apresentando um potencial de cerca de 180 biliões de pés cúbicos de gás natural recuperável.
Fazem parte da estrutura accionista da Área-1 a Anadarko Petroleum (26,%), a ENH (15%), os grupos indianos ONGC Videsh (20%) e BRPL Ventures (10%), o japonês Mitsui&Co (20%) e o tailandês PTT Exploration and Production (8,5%).
Já na Área-4, além da ENI (50%), integram o consórcio a China National Petroleum Corporation (20%), a Korea Gas, Galp Energia de Portugal e ENH, todos com 10% cada.
Fonte: macauhub/MZ - 09.05.2014
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