É a opinião do investigador alemão Johannes Plagemann que afirma que se vive “um regresso à guerra” em Moçambique. Analistas da Alemanha e dos EUA debatem, esta quarta-feira (15.01), a escalada de violência no país.
Há ou não uma guerra civil em Moçambique? Johannes Plagemann não precisa de muito tempo para responder. Para o investigador do Instituto de Estudos Globais e Regionais (GIGA), em Hamburgo, no norte da Alemanha, a resposta é evidente: "o facto de haver frequentemente confrontos entre as duas facções adversárias da guerra civil, a RENAMO e o exército do Governo, liderado pela FRELIMO, mostra que houve um regresso à guerra civil".
Na altura, a RENAMO foi apoiada pela Rodésia (hoje Zimbabué) e pela África do Sul. Enquanto que "nos anos 80, a guerra civil estava ligada às tensões regionais na África subsaariana, hoje, a RENAMO já não recebe apoios de fora. Está por conta própria em termos de recursos", comenta Johannes Plagemann.
Discurso de Dhlakama está desatualizado
De acordo com o investigador, o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, parece estar a tentar recuperar a influência que perdeu nos últimos anos. Durante meses a fio, o partido da oposição tem exigido, em vão, ao Governo moçambicano uma maior representação nas Forças Armadas e, por exemplo, paridade na composição dos órgãos eleitorais.
E surgem novas forças no cenário político de Moçambique. “Há agora um outro partido da oposição, o MDM [Movimento Democrático de Moçambique], que nas eleições autárquicas teve um desempenho muito bom em todas as grandes cidades. E que goza de uma certa popularidade no seio dos jovens”, observa o investigador do GIGA.
Como remando contra a maré, “Dhlakama contrasta com a sua retórica de regresso do antagonismo da guerra civil. Essa é uma alternativa que não agrada aos jovens moçambicanos", interpreta Plagemann.
No entanto, será decisivo um outro factor: "o mais importante é que seja oferecida à RENAMO e aos membros armados da RENAMO uma perspectiva no seio das forças de segurança moçambicanas e da sociedade. E é preciso oferecer a Dhlakama a perspectiva de que ainda pode desempenhar um papel político na sociedade, mesmo que, no passado, Dhlakama não se tenha evidenciado como um político progressista", sugere Johannes Plagemann.
Instabilidade poderá hesitar investidores
Além disso, a economia moçambicana cresceu nos últimos anos, alavancada pelas descobertas de recursos naturais, como o carvão e o gás natural. Para 2014, o Fundo Monetário Internacional prevê um crescimento de 8,5% do Produto Interno Bruto.
Mas, neste conflito, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), o maior partido da oposição, não tem a mesma força que no passado. Vinte e um anos depois do fim da guerra civil moçambicana (entre 1977 e 1992), a RENAMO já não tem apoios internacionais, segundo o investigador que participa no debate do GIGA, esta quarta-feira (15.01).
Na altura, a RENAMO foi apoiada pela Rodésia (hoje Zimbabué) e pela África do Sul. Enquanto que "nos anos 80, a guerra civil estava ligada às tensões regionais na África subsaariana, hoje, a RENAMO já não recebe apoios de fora. Está por conta própria em termos de recursos", comenta Johannes Plagemann.
Discurso de Dhlakama está desatualizado
De acordo com o investigador, o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, parece estar a tentar recuperar a influência que perdeu nos últimos anos. Durante meses a fio, o partido da oposição tem exigido, em vão, ao Governo moçambicano uma maior representação nas Forças Armadas e, por exemplo, paridade na composição dos órgãos eleitorais.
Mas este é um pedido "irrealista", afirma o investigador Johannes Plagemann, porque “a situação política mudou”. Muitos moçambicanos já não se revêem no discurso de Dhlakama, em particular os jovens.
E surgem novas forças no cenário político de Moçambique. “Há agora um outro partido da oposição, o MDM [Movimento Democrático de Moçambique], que nas eleições autárquicas teve um desempenho muito bom em todas as grandes cidades. E que goza de uma certa popularidade no seio dos jovens”, observa o investigador do GIGA.
Como remando contra a maré, “Dhlakama contrasta com a sua retórica de regresso do antagonismo da guerra civil. Essa é uma alternativa que não agrada aos jovens moçambicanos", interpreta Plagemann.
Segundo o investigador, a presença de observadores internacionais nas conversações entre a RENAMO e o Governo poderia ajudar a ultrapassar a crise político-militar em Moçambique.
No entanto, será decisivo um outro factor: "o mais importante é que seja oferecida à RENAMO e aos membros armados da RENAMO uma perspectiva no seio das forças de segurança moçambicanas e da sociedade. E é preciso oferecer a Dhlakama a perspectiva de que ainda pode desempenhar um papel político na sociedade, mesmo que, no passado, Dhlakama não se tenha evidenciado como um político progressista", sugere Johannes Plagemann.
Instabilidade poderá hesitar investidores
Além disso, a economia moçambicana cresceu nos últimos anos, alavancada pelas descobertas de recursos naturais, como o carvão e o gás natural. Para 2014, o Fundo Monetário Internacional prevê um crescimento de 8,5% do Produto Interno Bruto.
Até agora, os confrontos entre o exército moçambicano e homens da RENAMO não parecem ter afugentado os grandes investidores. Mas isso pode mudar no futuro se a instabilidade política continuar. "É claro que um investidor escolherá sempre um local para a sua empresa onde não há esse tipo de instabilidade política", alerta Johannes Plagemann, investigador do Instituto de Estudos Globais e Regionais na Alemanha.
3 comentários:
É claro k estams numa guerra civil onde quem morre sao os que nao tem poder
Moçambique precisa de vossa ajuda para resolução do problema, mas por favor respeitem as regras que propomos porque sabemos o que pr. Só pretendemos com isso. Só para destacar:
1. Não somos dirigidos pelas pessoas que votamos, se isso acontece em todo lado no planeta nos queremos ser uma excepção "Um povo com opção";
2. Nos serviços, Aparelho do Estado vivemos situações bastante difíceis, nã parece. Custa nos distinguir se trabalhamos no Estado ou no Partido FRELIMO.
A paridade e a despartidarização do Estado são uma prioridade maior. Ajudem-nos tendo em foco as nossas regras.
este governo veio para levar nos ao bem estar e com certeza, ngungunhana morreu em portugal, malangatana morreu em portugal e eusebio em portugal, caros mocambicanos Portugal e Mocambique sao irmaos que devem andar de maos dadas, vamos pedir ao " Guebuza" que diga ao Dlakama para parar e pedir a portugal a ajudar-nos a sair do barrulho....
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