O vice-director do departamento africano do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse hoje na Costa do Marfim que ainda é demasiado cedo para saber o total exato do montante de dívida escondida pelo Governo de Moçambique.
Numa entrevista citada pela agência de notícias financeira Bloomberg, Roger Nord disse que ainda era demasiado cedo para comprovar o montante exato da dívida que Moçambique contraiu mas não refletiu nas contas oficiais, e que o primeiro-ministro colocou, no final de abril, em 1,4 mil milhões de dólares.
"Fizemos progressos nas nossas discussões com o Governo de Moçambique para aferir o montante exato da dívida escondida", disse o responsável do FMI, acrescentando: "Estamos satisfeitos. As autoridades moçambicanas têm sido muito cooperantes".
De acordo com a Bloomberg, o FMI vai emitir um comunicado quando o montante exato da dívida for calculado com base nas discussões que estão a decorrer em Washington, com a equipa técnica constituída pelo Governo de Moçambique para o efeito.
As declarações de Roger Nord surgem no mesmo dia em que o site informativo Global Capital noticiou que o FMI confirmou que nem o StandBy Credit Facility nem o Policy Supported Instrument foram cancelados.
Também hoje, a agência de notação financeira Moody's disse que os empréstimos escondidos vão custar mais 250 milhões de dólares por ano aos cofres de Moçambique em juros, e que a descoberta destes valores não é positiva do ponto de vista da análise de crédito soberano do país.
Em causa está a assunção de uma dívida contraída desde 2012, que o primeiro-ministro de Moçambique disse na semana passada ser de 1,4 mil milhões de dólares.
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