Yavanya ahona (uma expressão em emackuwa
que significa: quem desmentia já viu ). É expressão para fazer lembrar a certas pessoas que
negam certos factos ou a ligação entre certos factos.
E eu pergunto se ainda há coragem de
negar-se a existência de esquadrões da morte em Moçambique e vai-se dizer que o
politólogo e Prof. José Jaime Macuane foi raptado e baleado por bandidos com
quem tinha contas pessoais? Para quem ainda não lhe basta com a ação desses
esquadrões da morte que na prática já estão institucionadas e têm o maior poder
em Moçambique, continuará a desmentir. Para quem pensa que essa é a melhor
estratégia para que não seja vítima desses esquadrões, continuará a desmentir
os factos. Contudo, não sei como não se é vítima desses gangsters se alistando
as suas vítimas de desde há décadas veremos que de forma directa ou indirecta
todos nós somos vítimas.
Também somos vítimas quando passamos a
ter medo um do outro. Na situação em que vivemos, temos medo de que nos pede
amizade nas redes sociais. Na situação em que vivemos, temos medo de quem nos
liga. Na situação em que vivemos hoje, temos medo de quem nos cumprimenta
quando estamos na rua. Na situação em vivemos, temos medo de quem por gentiliza
quer nos dar boleia no seu carro. Na situação em que vivemos hoje, temos medo
da nossa própria sombra. Nesta situação, achamos ainda que não somos vítimas
dos gangsters?
Nos últimos anos, últimos meses já são
frequentes assassinatos de concidadãos que usufruindo do seu direito
constitucional, expressam-se livremente em espaços públicos.
Donde vem o poder deles? Essa é a
questão.
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