Instabilidade político-militar, aumento da dívida pública e emboscadas sangrentas tornam Moçambique imprevisível
Ao tomar posse em janeiro de 2015, o Presidente Filipe Nyusi emocionou os moçambicanos com o seu discurso e muitos disseram: “Agora temos um Presidente!”. Se se realizassem todas as suas promessas daquele dia Moçambique seria o “eldorado africano”, um país com “instituições inclusivas, não partidarizadas, imparciais”, ao serviço dos moçambicanos “sem olhar para a sua cor partidária”.
O Governo prometido por Nyusi seria “prático e pragmático”, “com a estrutura o mais simples possível, funcional e focado na resolução de problemas concretos” com base “na justiça e equidade social”, um Governo de “combate ao despesismo”.
Um ano depois, nenhuma das promessas foi sequer ensaiada e a esperança deu lugar à desilusão. Aquilo a que se assistiu nos últimos 12 meses foi à estratégia interna da Frelimo de “renovação na continuidade”.
Nyusi é um continuador da governação autoritária e clientelista de Armando Guebuza. Luís de Brito e Salvador Forquilha, investigadores do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE), politólogos e docentes universitários, defenderam em artigos científicos que, a partir de 2002, com a ascensão de Armando Guebuza à presidência do partido, com maior vigor a partir de 2005, quando é eleito Presidente da República, assistiu-se a uma operação de “revitalização das estruturas partidárias” e passou a haver maior pressão sobre a administração pública, tal como após a independência. Ler mais ( Expresso – 02.05.2016)
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