Da audiência do
Ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos (lindo título) à comissão
parlamentar dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade
(também boa imitação, mas na essência???), éis que:
Lendo o texto e ou escutando da repórter da TVM:
“Isaque Chande diz que as investigações continuam mas que
instabilidade político militar na zona onde foram encontrados corpos está a
dificultar o trabalho destinado a responsabilização [esta interpretação da repórter da TVM, pois que o ministro não disse
exactamente] dos autores e de
identificadas as causas das mortes. “
Questões surgem:
Será que as FDS estão nessa zona sem chefia e sem missão de
garantir a defesa e segurança da zona que controlam? Assassinando-se cidadãos e
atirando-se corpos sem vida nessa zona não há ainda motivo nem quem possa
responder na justiça? Não há relatórios sistemático sobre ocorrências na zona?
E o administrador do distrito, o chefe do posto nada dizem?
Parece-me que tanto
o ministro como o chefe da Primeira Comissão Parlamentar, o deputado Edson
Macuácua, estão a se concentrar em número de corpos e não no acto que não é
apenas criminoso, anti-humano, mas MUITO VERGONHOSO para cada moçambicano. Eu
próprio nunca acreditei que alguém fosse lá contar corpos em decomposição e
muito menos ainda numa vala como se reportou para determinar que eram 100 ou
120. A única coisa que suspeitei e suspeito é que quem forneceu e fornece o
número ainda que não seja certo, deva ser um dos carrascos ou transportadores
dos já mortos para esse ou outros locais. Por este discurso sobretudo de Edson
Macuácua, corre grande risco da MONTANHA PARIR RATO.
Neste sentido, acho
eu importante que o MDM que faz parte da Comissão Parlamentar de Investigação,
ir ao terreno como partido e em conferência de imprensa dizer aos moçambicanos
os resultados da sua investigação. O MDM não deve desculpar-se de questões de
segurança por três razões. Primeiro, é um partido moçambicano com membros e
simpatizantes que até falam a língua local. Segundo, o MDM tem deputados e que
gozam até imunidade. Terceiro, com as ditas dificuldades, correspondentes da
imprensa internacional e ontem vi uma estrangeira de Al Jazeera, já foram até
pelo menos aos 13 (?) corpos.
Também chegado a
esta fase e com discursos que roçam escamoteamento dos factos, a Comissão
Nacional dos Direitos Humanos sob presidência de Custódio Duma tem que nos
dizer em conferência de imprensa sobre os cadáveres humanos espalhados ou em
valas nas matas. Associados a isso a CNDH nos deve o relatório sobre os
refugiados moçambicanos em Malawi.
Também chegado a
este momento, a Liga dos Direitos Humanos sob presidência de Alice Mabota tem
que apresentar as provas das valas e ou corpos sem vida espalhados nas matas em
Moçambique e presumíveis autores. Por mais que pareça inútil, directa ou
indirectamente esse acto salvará muitas vidas e quiça a nação moçambicana que
está indo ruma a Somalização.
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