O Governo do Malaui pediu uma investigação ao Governo moçambicano sobre as circunstâncias da morte de quatro malawianos no centro de Moçambique e aconselhou os seus cidadãos a evitarem a estrada onde ocorreu o incidente.
Citado pelo jornal The Nation, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Malawi, Francis Kasaila, afirmou que foi "solicitado a Moçambique que se investigue e forneça um relatório oficial sobre o incidente que levou à morte de quatro malawianos inocentes".
O caso ocorreu a 23 de Abril, quando, segundo o jornal, homens não identificados abriram fogo na zona de Catandica, na província de Manica, centro de Moçambique, sobre um camião que transportava 24 malawianos, resultando na morte de quatro pessoas e ferimentos graves em três.
O chefe da diplomacia malawiana aconselhou os cidadãos do seu país a evitarem a estrada onde ocorreu o ataque, entre Tete e Chimoio, e que tem sido palco de emboscadas a viaturas, atribuídas pelas autoridades moçambicanas ao braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).
Ao mesmo tempo, Francis Kasaila avisou que os malawianos que tencionem deslocar-se para a África do Sul, à semelhança do grupo que foi atacado em Manica, devem usar uma rota alternativa, através da Zâmbia e Zimbabué, muito mais comprida do que o acesso por Moçambique.
O jornal Notícias, principal diário de Moçambique e detido por capitais estatais, adiantou hoje que o camião foi alvejado pela polícia moçambicana quando circulava à noite no distrito de Báruè e desobedeceu a uma ordem de paragem dos agentes policiais.
O aviso do ministro malawiano para que se evite a circulação entre Tete e Chimoio é descrito pelo jornal como uma acção de "desinformação", alegando que todos os dias transitam naquela estrada camiões provenientes do Malawi sem necessidade de escolta das Forças de Defesa e Segurança, como acontece desde o início do ano em dois troços da N1, a principal estrada do país, na província de Sofala.
A diplomacia moçambicana ainda não se pronunciou sobre este incidente.
O Malaui acolhe neste momento mais de dez mil moçambicanos provenientes da província de Tete, que se instalaram em campos de refugiados no país vizinho em fuga do conflito que opõe as Forças de Defesa e Segurança e a Renamo.
Fonte: LUSA – 11.05.2016
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