Será
bigamia naConstituição da República de Moçambique um assunto de difícil debate?
Porquê a
bigamia tem que constar na CRM? A quem interessa a sua legalização?
É uma
questão tradicional? Religiosa? Cultural? Regional? Nacional? De género? Etc.
etc.
Levanto
estas questões porque parece-me que apesar da proposta pública na revisão da
CRM, ser um assunto que menos se discute ou que se discute duma forma menos
séria. Mas sei que será dos assuntos que mais será gerido/lidado por todos nós.
Por exemplo, qual será a reacção duma mulher quando o marido disser-lhe que vai
se casar com uma outra contando com um dos quartos da casa?
Será que a mulher
terá o mesmo direito de se casar com mais de um homem?
As
deputadas da Assembleia da República não falam? Será que podemos entender que
elas alí não fazem diferença, pois que nada de assuntos do género têm estão a
defender?
1 comentário:
No caso da poligamia, sou obrigado a levantar muitas questões. Em primeiro lugar, é que o que é considerado de questão cultural, é apenas uma questão patriarcal e todas as sociedades do mundo viveram ou vivem nisto. Em segundo lugar, é que a poligamia é só para alimentar apetites dos homens, é machismo. Em terceiro lugar, há culturas mocambiçanas que não aceitam poligamia. Por exemplo na nossa cultura macua, a poligamia não é aceite. Uma mulher macua pode até certo ponto conformar-se com um marido polígano, mas dificilmente aceita que a outra mulher venha a viver no mesmo quarteirão. Mesmo à distância há guerras imparáveis. Nessas guerras pagam muitas pessoas, entre elas familiares. No Sul de Mocambique parece que a coisa é diferente. Mas também, pelo que as mulheres do Sul escrevem nas redes sociais como no Facebook, deixa-me a concluir que polígamia não é escolha delas. É nisto que questiono de como é possível que numa Assembleia da República como a nossa, com tantas mulheres chefes, não se debata com seriedade este assunto de poligamia.
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