segunda-feira, março 12, 2012

Delegação da Renamo em Nampula continua ocupada pela polícia

A polícia moçambicana mantém ainda sob controlo a delegação da Renamo, principal partido da oposição, na província de Nampula, norte do país, após confrontos quinta-feira com ex-guerrilheiros desta formação política, informou hoje (segunda-feira) a polícia.


Um agente da Força de Intervenção Rápida (FIR), a polícia anti-motim moçambicana, e um elemento da antiga guerrilha Renamo - Resistência Nacional de Moçambique, morreram quinta-feira, quando a polícia lançou uma operação para desalojar centenas de ex-guerrilheiros, que se encontravam concentrados na delegação do partido em Nampula, desde Dezembro de 2011.

Os ex-guerrilheiros terão sido convocados pelo presidente do partido, Afonso Dhlakama, alegadamente no âmbito das manifestações que ameaça realizar contra a suposta ditadura imposta pelo partido no poder, Frente de Libertação Moçambique (Frelimo).

Em declarações hoje à Lusa, o porta-voz da polícia em Nampula, João Inácio Dina, disse que prevalece o ambiente de calma imposto pela polícia após o assalto à delegação da Renamo, mas esta continua ocupada pelas autoridades policiais.

"O objectivo não é ficar permanentemente na delegação, é apenas garantir que os bens das pessoas detidas ou em fuga não sejam roubados", disse João Inácio Dina.

Em relação aos ex-guerrilheiros que se refugiaram na residência de Afonso Dhlakama, que se situa a cerca de 700 metros da delegação do partido, João Inácio Dina afirmou que não está nos planos da polícia perseguí-los. 
"Os que estão na residência do líder da Renamo estão a assegurar a guarda dele, como é do conhecimento de todos, pelo que não estão sob ameaça de nada", afirmou o porta-voz da polícia em Nampula.

João Inácio Dina disse que os 34 ex-guerrilheiros detidos aguardam agora a formalização ou não da sua culpa pelo Ministério Público moçambicano, que os deverá acusar de cárcere privado, ofensas corporais simples ou qualificadas, ameaças com recurso à arma de fogo, perturbação da ordem pública e violação sexual.

Fonte: Rádio Mocambique - 12.03.2012

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