Cerca de 80 dos 180 estudantes bolseiros moçambicanos na Argélia continuam, há cinco noites, amotinados na embaixada de Moçambique naquele país do Magreb. Os mesmos dizem que o Instituto de Bolsas de Estudos (IBE) enviou para cada um deles, no mês passado, apenas um terço do seu subsídio de bolsa referente ao semestre em curso, quando não pagava subsídios desde Setembro passado.
Os bolseiros dizem que as negociações até aqui havidas não os levaram à mudança de opinião e nem a abandonarem a embaixada. Acrescentam que não vão abandonar a embaixada enquanto não forem satisfeitas as suas reivindicações, que incluem a necessidade de ser nomeado um adido académico que deverá cuidar dos seus interesses. Enquanto isso, a embaixada continua encerrada e o embaixador obrigado a trabalhar na sua residência oficial, e um contingente policial acompanha os manifestantes.
Em Maputo, o Instituto de Bolsas de Estudos (IBE), na incapacidade de persuadir os manifestantes via negocial, decidiu implorar o apoio dos pais e encarregados de Educação dos reivindicadores para que estes convençam seus educandos a abandonarem os protestos. Caso seja possível, será criada uma comissão que irá negociar as reivindicações apresentadas com os funcionários da embaixada de Moçambique em Argel e com a direcção da instituição, via telefone. Além disso, o IBE irá enviar à Argélia, próxima semana, um funcionário para lidar com a situação.
O director do IBE, Octávio de Jesus, diz não entender o motivo das manifestações, porque cada estudante recebeu, em Fevereiro passado, cerca de 600 dólares referentes aos primeiros quatro meses do semestre e que já está em curso o processo para o pagamento dos outros dois meses.
Sublinhe-se que apenas os estudantes bolseiros moçambicanos na Argélia e Rússia é que receberam subsídios referentes a quatro meses, sendo que os que estão noutros países receberam menos.
Fonte: O Pais online - 23.03.2012
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