Dacar - O Presidente senegalês Abdoulaye Wade, que está a tentar a sua terceira eleição consecutiva para o cargo, enfrenta hoje na segunda volta das eleições presidenciais o seu antigo primeiro-ministro, Macky Sall.
Na primeira volta das presidências no Senegal, Abdoulaye Wade conseguiu 34,81 por cento dos votos e Macky Sall obteve 26,58 por cento.
Esta segunda volta das presidenciais tornou-se num contratempo para Wade - eleito Presidente do Senegal em 2000 e 2007 -, pois durante a campanha eleitoral mostrou-se confiante na sua vitória na primeira volta, que decorreu a 26 de fevereiro, mostrando-se orgulhoso de suas realizações no governo.
Uma desilusão maior para o Presidente é ter de enfrentar o seu "aluno" Macky Sall, que deve muito da sua carreira política a Wade, antes de ambos se separarem abruptamente em 2008.
Macky Sall, primeiro-ministro entre 2004 e 2007, passou os últimos quatro anos a viajar pelo país e também pelo exterior, com o objectivo de vencer as eleições presidenciais deste ano, enfrentando o seu antigo "mentor" Wade, que tem 85 anos.
A oposição uniu-se em torno de Macky Sall na segunda volta das presidenciais, fechando o caminho ao Presidente, denunciando o seu apego ao poder e de querer impor o seu filho Karim como seu sucessor, acusações que Wade sempre negou.
Macky Sall também tem o apoio de numerosas organizações da sociedade civil, de movimentos de jovens e de personalidades famosas, como o cantor Youssou Ndour, que teve a sua candidatura presidencial rejeitada pelo conselho constitucional.
Abdoulaye Wade está a contar com os votos das pessoas que se abstiveram na primeira volta (48,42 por cento), devido ao medo de sair às ruas depois dos actos de violência que ocorreram, mas que são alegadamente apoiantes e militantes do actual Presidente.
A candidatura de Wade provocou protestos em todo o país, particularmente em Dacar, onde manifestações não autorizadas foram duramente reprimidas pelas forças de segurança, provocando a morte de seis pessoas e 150 feridos num mês.
Apesar de alguns incidentes, a campanha da segunda volta correu de forma pacífica.
Como na primeira volta, o sufrágio será acompanhado por várias centenas de observadores africanos e europeus.
Entretanto, Macky Sall crê, mesmo assim, que poderá haver fraudes, apelando "à vigilância".
Fonte: Angola press - 25.03.2012
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