Maputo, 08 mar (Lusa) - A Renamo, oposição em Moçambique, advertiu hoje que "não tem medo da guerra", após a polícia ter ocupado a sua delegação em Nampula, no norte, ação que causou ferimentos a sete polícias e a dois ex-guerrilheiros deste partido.
Durante a madrugada, as autoridades policiais atacaram e ocuparam a sede da Renamo em Nampula, onde desde dezembro estavam albergados centenas de ex-guerrilheiros da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal partido da oposição moçambicana.
Falando aos jornalistas em Maputo, o secretário-geral da Renamo, Ossufo Momade, disse que "o ataque aos desmobilizados indefesos suscitou a resposta da Guarda presidencial (da Renamo) que infligiram baixas no seio da Força de Intervenção Rápida em número de sete, incluindo o respetivo comandante. Do lado dos desmobilizados, há dois feridos e um número não especificado ainda de detidos".
A polícia ainda não confirmou estas informações, tendo revelado a existência de apenas um ferido, um seu agente.
Ossufo Momade disse que o líder da Renamo "está a ponderar a resposta a dar aos militantes de todo o país que exigem uma reação enérgica" porque "de todos os quadrantes do partido chegam mensagens que manifestam o desejo de uma reação de retaliação".
O secretário-geral da Renamo apelou à calma dos moçambicanos, mas avisou que "o futuro de Moçambique está dependente do contacto" entre o Presidente da República, Armando Guebuza, e o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama.
De acordo com o Ossufo Momade, o líder da Renamo questionou hoje, sem obter resposta, o Presidente moçambicano para saber se a ação da polícia tinha sido do seu conhecimento na qualidade de comandante-chefe das Forças de Defesa e Segurança.
"O presidente (Afonso) Dhlakama aguarda a resposta do Presidente da República para depois tomar uma decisão definitiva, que passa, necessariamente pela resposta na medida da provocação", até porque "o presidente Afonso Dhlakama está agastado com esta atitude uma vez que tudo indicava que a sua comunicação com o Presidente da República fluía naturalmente".
Em dezembro, num inédito encontro, Armando Guebuza e Afonso Dhlakama reuniram-se em Nampula, onde reside o líder da Renamo.
Desde finais do ano passado, um grupo de antigos guerrilheiros da Renamo, alguns dos quais armados, está a viver na sede em Nampula do principal partido de oposição moçambicano, no norte do país, supostamente para proteger as manifestações que ameaça realizar contra o que considera uma governação antidemocrática da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder.
MMT.
Lusa/Fim
Fonte: Notícias Sapo - 08.03.2012
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