Nampula - O líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, condenou hoje (terça-feira) aquilo que considera de manipulação das confissões religiosas na disseminação de mensagens de preservação da paz em Moçambique, noticia a LUSA.
Afonso Dhlakama acusou o Governo de estar a mobilizar os arcebispos, bispos, pastores, imãs e outros dirigentes religiosos moçambicanos para, através da Bíblia e do Corão, o pressionarem a sair do panorama político nacional.
"Tenho acompanhado atentamente mensagens de paz proferidas por alguns dirigentes religiosos, muitas vezes com conteúdos políticos. Tenham atenção porque os comunistas de ontem são os mesmos de hoje", sustentou o líder partidário.
Sublinhou que "não precisa de ser apelado por um bispo, não precisa de ouvir de um arcebispo, não precisa de ouvir um xeque, ele sabe o que é a paz", disse o presidente do maior partido da oposição de Moçambique.
Afonso Dhlakama discursava no bairro de Muatala, arredores da capital provincial de Nampula, norte, onde fixou residência nos últimos anos, por ocasião do 19.º aniversário do Acordo Geral de Paz (AGP) assinado entre a FRELIMO e o então movimento de resistência armada, a 4 de Outubro de 1992, em Roma.
Volvidos 19 anos do AGP, Afonso Dhlakama diz que continua inconformado por não terem sido alcançados os principais objectivos do pacto que pôs termo ao conflito armado entre a FRELIMO e a RENAMO.
O líder da RENAMO apontou "a injusta social, falta de liberdade e transparência dos processos eleitorais, deficiente economia de mercado e as assimetrias regionais" como alguns dos constrangimentos que minam a paz e a democracia multipartidária em Moçambique.
Dhlakama afirma que não está arrependido de ter assinado o AGP. Mas, assinalou que "a base de sustentabilidade da paz e da democracia serão alcançados a partir do próximo mês de Dezembro de 2011, quando a RENAMO promover uma revolta nacional que ira culminar no afastamento da FRELIMO do poder".
Recentemente, o líder da RENAMO afirmou que Moçambique pode ser "dividido em pedacinhos" se a FRELIMO não aceder à sua proposta de um governo de transição para o país, até Dezembro de 2011.
O presidente da RENAMO acusa o Governo de não observar o princípio do equilíbrio entre as forças da antiga guerrilha e o exército governamental na constituição do exército unificado.
Por isso, defende a realização de uma revolta pacífica, a partir da qual será implantada um governo de transição, enquanto se preparam eleições livres e transparentes.
"O governo de transição vai ter como tarefa despartidarizar as instituições do Estado. Hoje, até para um aluno passar de classe tem que ir ao comício do (Presidente da República, Armando) Guebuza. Queremos parar com esta situação pacificamente e, se não aceitarem, Moçambique vai ser dividido ao meio, acabou", ameaçou.
Hoje, o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, considerou "lamentáveis" as ameaças do líder da RENAMO.
Fonte: Angolapress - 04.10.2011
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