Moçambique poderá tornar-se em breve num dos principais produtores de gás natural do continente africano, devido às reservas de gás natural descobertas no poço “Camarão”, afirma a Economist Intelligence Unit (EIU).
Localizado na bacia do Rovuma, na costa da província de Cabo Delgado, o poço “Camarão” teve em Outubro confirmada a sua viabilidade pela empresa operadora, Anadarko Petroleum, com a descoberta de novos depósitos de gás natural de grandes dimensões, estimados em 10 biliões de pés cúbicos, de acordo com o mais recente relatório da EIU sobre Moçambique.
Na sequência da descoberta, adianta, a estimativa de reservas de gás natural será “substancialmente revista em alta”, dos 12 biliões de pés cúbicos anteriormente identificados em toda a zona.
Excluindo a Nigéria, que tem reservas de gás natural avaliadas em 187 biliões de pés cúbicos, as reservas totais provadas na África subsaariana atingiam 41 biliões de pés cúbicos no final de 2010, segundo a BP.
“Isto significa que Moçambique pode em breve tornar-se num dos principais produtores da África subsaariana”, sublinha a EIU.
“Uma vez que a empresa estatal de energia, Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, tem uma participação de 15%, o que significa que não é responsável pelos custos iniciais de exploração, o benefício para o erário público pode ser significativo assim que a produção começar”, adianta.
Já depois da descoberta, a Anadarko encomendou estudos de viabilidade para o desenvolvimento de uma unidade de gás natural liquefeito (GNL) na zona, podendo os projectos de engenharia avançar no início de 2013.
A unidade poderá entrar em produção em 2018, de acordo com a EIU, e tornar-se no “maior investimento de capital em Moçambique até hoje, estabelecendo os hidrocarbonetos como um grande novo sector da economia”.
Actualmente, os únicos campos de gás em produção no país situam-se na província de Inhambane, a sul, de onde são exportados para a África do Sul através de um gasoduto.
As zonas de exploração na costa da província de Cabo Delgado foram concessionadas pelo governo em 2008, e envolvem várias multinacionais, como a Petronas, da Malásia, que está a iniciar o seu programa de perfurações.
A EIU prevê que a economia de Moçambique cresça 7,3% este ano, acelerando para 8% em 2012 e 8,5% em 2013.
A economia vai começar a sentir o efeito do início das exportações de carvão do maior investimento mineiro do país, as minas de Moatize, controladas pela brasileira Vale.
O primeiro carregamento de carvão, de 35 mil toneladas, saiu de Tete a 9 de Agosto na recentemente reconstruída linha de caminho-de-ferro do Sena, em direcção ao porto da Beira, de onde já partiu rumo ao seu destino.
Contudo, salienta a EIU, as infra-estruturas apresentam-se como grande desafio ao desenvolvimento futuro da indústria mineira do país, quer no transporte, quer no armazenamento nos portos, antes da exportação.
Fonte: (Rádio Mocambique/macauhub) - 31.10.2011
Reflectindo: Isso já é um facto, o que duvidamos é se Mocambique não será como Nigéria, Guiné Equatorial, Angola e outros países africanos. O que não sabemos é se o gás natural não será gerido como sendo uma propriedade pessoal, familiar ou partidário. Não será o gás o nosso grande mal?
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