Morreu na última madrugada o antigo futebolista Eusébio
da Silva Ferreira. Moçambicano naturalizado português, há décadas na galeria
dos melhores executantes de todos os tempos, o homem que se confunde também com
o emblema do Benfica de Portugal completaria a 25 de janeiro 72 anos. Conhecido
pela velocidade, pela técnica apurada e pela violência dos remates, o “pantera
negra” sofreu, nos últimos anos, de alguns problemas cardíacos.
João Malheiro, biógrafo de Eusébio, citado
pela rede RTP, adiantou que o “pantera negra” terá sucumbido a uma
insuficiência cardíaca.
“Eusébio morreu cerca das 3h30 (5h30 de
Moçambique) da madrugada, vítima de uma insuficiência cardíaca. De facto,
convivendo eu com ele, de há muitos anos a esta parte e quotidianamente, sou
testemunha de que a sua saúde estava muito fragilizada e havia sinais claros
disso mesmo nos últimos tempos. Mas nesta altura isso não é o mais importante.
Importa recordar o homem que foi, será sempre, de resto, tem um lugar nos
imortais deste país, mas foi seguramente a referência emblemática mais
importante de Portugal do século XX no plano desportivo e, porventura, não
apenas, sobretudo nos anos 60, quando Portugal vivia debaixo de uma ditadura”,
assinalou.
Eusébio da Silva Ferreira nasceu a 25 de
janeiro de 1942 no bairro de Mafalala, em Lourenço Marques, actual Maputo, a
capital de Moçambique. Jogou de águia (emblema do seu clube) ao peito durante
15 dos 22 anos da sua carreira futebolística. E tornou-se um símbolo do
Benfica, a par da selecção portuguesa. É mesmo o melhor marcador da história do
clube lisboeta, com 638 golos em 61 jogos oficiais com a camisola vermelha.Â
Foi também ao serviço daque clube que
conquistou 11 campeonatos nacionais, cinco taças de Portugal e uma Taça dos
Campeões Europeus, na época de 1961-62. Esteve mesmo em mais três finais desta
prova. Na Taça dos Campeões Europeus, de resto, Eusébio foi o melhor marcador
em 1965, 1966 e 1968. Arrebatou a Bola de Prata por sete ocasiões e ganhou a
Bota de Ouro em 1968, glória que voltaria a sentir em 1973.
Aos 15 anos, Eusébio jogava com a camisola
d'Os Brasileiros Futebol Clube, de Moçambique. Falharia os testes para o
Desportivo de Lourenço Marques, então a filial do Benfica em Moçambique.
Começou a chamar a atenção, posteriormente, ao serviço do Sporting de Lourenço
Marques, hoje Maxaquene de Maputo. Seria o brasileiro Bauer quem falaria das
qualidades de Eusébio ao treinador húngaro Bella Guttman.
Os clubes lusos Benfica e Sporting
travariam então um verdadeiro duelo pelo recrutamento de Eusébio. O primeiro
assumiu um compromisso com a mãe do craque, Dona Elisa. O segundo com o
Sporting de Lourenço Marques. O desfecho da contenda ficou para a história do
futebol. O jogador chegou à capital portuguesa em dezembro de 1960. Com um nome
de código – Ruth. A estreia pelo Benfica aconteceria em maio de 1961.
Eusébio seria também o grande protagonista
da estreia de Portugal em campeonatos do mundo, com a conquista do título de
melhor marcador. Assinou nove golos na prova realizada em solo inglês. Um dos
momentos marcantes foi a recuperação da equipa portuguesa nos quartos de final,
diante da Coreia do Norte. Portugal perdia por 3-0 aos 25 minutos. Aos 27,
Eusébio começaria a inverter o marcador. Apontou quatro golos naquele que
descreveu como “o melhor jogo com a camisola da selecção e um dos melhores” de
todo o seu currículo nos relvados. O seu colega José Augusto faria o quinto.
Com a camisola
da selecção daquele país eurupeu, completou 64 partidas, com um saldo de 41
golos.
Fonte: Rádio Mocambique - 05.01.2014
1 comentário:
Portugal e Moçambique
estão mais pobre...
morreu o King.
rest in peace Eusébio
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