O exagero nos toques de sirens da escolta que acompanhou a comitiva do vice-ministro do
Interior, José Mandra, na sua visita à Sofala, transformou esse dirigente em Chefe do Estado.
Segundo fontes do Jornal Púnguè, que estiveram atentas à visita do Mandra, o barulho
ininterrupto das sirenes foi uma autêntica poluição sonora que tirava concentração até às pessoas mais incautas. O que normalmente ocorre por alturas da movimentação do Presidente onde quer que ele
esteja.
Perante este quadro, algumas pessoas chegaram a supor que a presença daquele quadro sénior do governo na província de Sofala se tratava do Presidente da República, Armando Guebuza ou do Governador Alberto Vaquina (no caso deste último não se toca o som da sirene tal como se ouviu).
Alguns citadinos beirenses relacionavam o assunto da seguinte maneira: se assim fosse na capital do país, Maputo, onde se encontram os presidentes da República e da Assembleia, e ministros, então o barulho seria constante. Todavia,alguns dos depoentes excluíram a hipótese quanto a igualdade nesse tipo de direito: “afinal de contas a quem a Lei assiste o direito de tocar sirenes neste país”.
Para as nossas fonte, há que repensar o assunto, para se evitar que as sirenes dos dirigentes sejam o foco da poluição sonora. À maneira como se abusa das mesmas visa demonstrar o “status quo”, em detrimento dos estudantes e doentes que necessitam de maior centralização.
“Se calhar são recomendações da era da governação de Guebuza, uma vez no passado nunca se viu coisa idêntica. Mandra tinha que se contentar com guardas de honra e “bayetes” oferecidos pelos agentes da sua corporação”, palavra de um dos depoentes, cujos nomes não citamos por nos terem condicionado que falariam a coberto do anonimato.
Entretanto, Mandra disse em conferência de imprensa que o processo de integração na Polícia da República de Moçambique (PRM) dos guardas do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, está em curso, o que depende da cooperação da“perdiz”.
Ele referiu que para aqueles antigos guerilheiros como para outros candidatos às fileiras da Polícia o Estado vai continuar a exigir requisitos previstos para o ingresso no quadro da Função Pública, como habilitações literárias mínimas de décima classe e boa aptidão física.
Muitos daqueles antigos guerrilheiros da Renamo não reúnem habilitações compatíveis com as exigidas, o que pode se deduzir que a sua integração na PRM está comprometida. Portanto, a exigência do Governo põe em causa o próprio o Protocolo IV do AGP, segundo o qual até as eleições de 1994 o Executivo de Maputo era responsável pelo seu enquadramento na PRM.
De salientar que grande parte dos seguras de Dhlakama encontram-se concentrados nos antigos bastiões da Renamo em Marínguè e Inhaminga. Entretanto, o ministro deplorou sobre a insegurança reinante em Marínguè, Gorongosa e Caia. Avançou que brevemente a brigada anti-crime operará nesta parcela do País.
Fonte: Jornal Púnguè
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