A RENAMO acusou o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, de "discriminar" os partidos da oposição durante a presidência aberta de quatro dias em Maputo, considerando que a atitude viola a Constituição do país.
O porta-voz da RENAMO, Fernando Mazanga, disse à Agência Lusa que o chefe de Estado moçambicano está, supostamente, a excluir o partido da sua agenda de encontros com diferentes segmentos da sociedade e acusou-o de estar a fazer uma visita de "índole partidária".
"Em todas visitas da dita presidência aberta a componente partidária sobressai e o exemplo flagrante é esta que iniciou segunda- feira, onde os deputados à Assembleia da República (da RENAMO) são discriminados, privilegiando os do partido FRELIMO", disse Mazanga.
"O mesmo acontece em relação aos membros à Assembleia Municipal de Maputo pertencentes à bancada da RENAMO", acrescentou.
Mazanga acusou ainda o comité de recepção de ser composto apenas por deputados à AR pela bancada da FRELIMO, pelo círculo eleitoral da cidade capital, e membros da Assembleia Municipal de Maputo.
Na agenda de trabalhos de segunda-feira, o "Presidente da República de Moçambique foi recebido apenas por membros do comité da cidade do partido FRELIMO", acusou.
"Este programa ilustra que (Armando) Guebuza não está a fazer trabalho do chefe de Estado, mas sim está a usar a capa de Presidente da República para fazer trabalhos do partido FRELIMO. É o presidente do partido FRELIMO que está a visitar a capital moçambicana, usando a capa de Presidente da República para abusar dos meios do Estado", frisou.
Para o porta-voz da RENAMO, a atitude da FRELIMO e do seu presidente, na qualidade de chefe de Estado, viola os princípios da democracia que se assentam na separação de poderes.
"O Chefe de Estado e a sua comitiva usam meios do Estado para fazer trabalho partidário. É por essa razão que, nas instituições do Estado, existem células do partido FRELIMO", disse, sublinhando que "Guebuza está a usar fundos do Estado para comprar a consciência da população de modo a aderir ao seu partido".
Reagindo a estas acusações, o gabinete da presidência moçambicana desmentiu, através da porta-voz, Marlene Magaia, estas alegações, afirmando que todas as forças políticas têm sido envolvidas nos actos públicos que ocorrem nas visitas do chefe de Estado.
"Não há qualquer tipo de discriminação, todos têm sido convidados a participar nas visitas que o chefe de Estado está a efectuar", sublinhou Magaia, em declarações à Lusa.
Fonte: Notícias lusófonas - 2006-06-20
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