O líder da Renamo Afonso Dhlakama voltou a atacar o seu velho rival Marcelino dos Santos chamando-o “cadudo”. Mesmo assim, ele diz que dos Santos mantêm firmes as suas pretensões de ver a Renamo eliminada da cena política moçambicana, reconhecendo que este político tem um peso grande nos meandros políticos do País, pois quando dita ordens, elas prevalecem acima de tudo.
Dhlakama lembrou que foi devido aos pronunciamentos de Marcelino dos Santos que a revisão dos símbolos nacionais ficou abortada. O líder fez estes pronunciamentos quando anunciava, esta semana em Maputo, a criação da Escola de formação de quadros da Renamo que terá o nome de André Matsangaíssa.
O líder da Renamo que falava perante membros da Comissão Política, do Governo Sombra, deputados da Renamo União Eleitoral na Assembleia da República e dos restantes membros do partido, explicou que as actividades daquela escola deverão iniciar brevemente em Maputo, com uma turma experimental.
Dhlakama, no seu estilo característico de sempre, “atacou” a Frelimo e em especial ao conselheiro daquele partido, Marcelino dos Santos, a quem chamou de “velho caduco”. “A política da Frelimo de acabar com a Renamo tal como disse Marcelino dos Santos nunca se concretizará, embora tudo que ele diz é executado pela Frelimo e pelo seu governo. Marcelino disse que não queria ver alterados os símbolos nacionais, e não foram alterados, porque manda no partido, embora alguns digam que ele é um velho caduco”.
Outra vítima de Dhlakama foi Luísa Diogo, Primeira-Ministra de Moçambique a quem o líder da Renamo classificou de muita pena a sua reacção face ao relatório da USAID sobre a corrupção em Moçambique.
“Vimos Luísa Diogo bastante nervosa e gasta face ao relatório da USAID sobre a corrupção no País. Foi com muita pena a apariação pública da Primeira-Ministra a dizer que o Governo norte-americano não tem problemas com o Governo de Moçambique. Tenho muita pena por ela, porque em diplomacia, o que o relatório da USAID aborda e o silêncio dos EUA, diz muita coisa. Luísa Diogo queria que o presidente Bush viesse dizer pessoalmente que há corrupção em Moçambique”, lamentou Dhlakama.
Dhlakama revelou que nas suas viagens pela Europa e América, “várias personalidades de renome têm me perguntado porque é que não diga aos doadores para cancelar ajuda a Moçambique, porque há muita corrupção? Tenho respondido que os doadores não apoiam ao Governo da Frelimo nem a Guebuza ou Luísa Diogo, mas ao povo moçambicano. Respondo assim porque, se eu disser aos doadores para cancelar apoios, estaria a trair o povo moçambicano, mas os marxistas da Frelimo não sabem agradecer o meu gesto”, frisou.
ZAMBEZE - 22.06.2006
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