Segundo Relatório da Corrupção em Moçambique
“O partido tem sido quase que completamente dominado pelo seu líder, que tem constantemente eliminado do partido os potenciais concorrentes, destruindo ainda mais o conhecimento organizacional, a base de habilidades e a estrutura da Renamo”.
(Maputo) O Relatório sobre a Corrupção em Moçambique, patrocidado pela USAID e produzido por consultores americanos, não é só contundente em relação aos poderes Executivo, Legislativo e Judicial. O maior partido político da oposição também é referido como impotente e incapaz de fazer frente à situação, mas acaba sendo tratado com alguma deferência talvez para não o debilitar ainda mais do que parece já estar, mais por razões de auto-suicídio do que tanto quanto se admita por iniciativa de quem se tem vindo a servir do erário público para adquirir vantagens sobre a oposição no seu geral. Quem não escapa – e com o dedo em riste – da faca afiada dos americanos é Afonso Dhlakama que é acusado de ser pessoalmente responsável pelo descalabro que tem sido a Renamo sobre a sua direcção.
O relatório refere que “a Renamo surgiu como um partido político a partir de um exército de guerrilha à volta da personalidade do seu líder, Afonso Dhlakama, e tem se mostrado muito menos organizada que a Frelimo”.
Acrescenta o relatório que isso se deva “talvez porque a Renamo ainda tenha que conquistar a Presidência e, deste modo, alguma experiência de governação no panorama político pós-guerra, o partido pouco tem feito para desenvolver uma plataforma ou postura em relação a questões de políticas ou para servir de órgão de fiscalização do seu partido rival”.
Sobre Afonso Dhlakama o Relatório corta a direito e deixa tudo em aberto para ser pensado e amadorecido: “Internamente, o partido tem sido quase que completamente dominado pelo seu líder, que tem constantemente eliminado do partido os potenciais concorrentes, destruindo ainda mais o conhecimento organizacional, a base de habilidades e a estrutura da Renamo”.
Canal de Mocambique - 2006-06-09
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