quinta-feira, junho 01, 2006

Nos comícios pagos pelo dinheiro do erário público: Guebuza deve deixar de exaltar Frelimo

- aconselha o edil da Beira Daviz Simango

Por Eurico Dança

Os dirigentes da Frelimo, inclusive o seu presidente Armando Emílio Guebuza,
apesar de estarem no poder devem se escusar de exaltar a sua formação política nos
comícios custeados pelo dinheiro do erário público, pois o ‘batuque e a maçaroca’ não é
partido único neste país”,
referiu o presidente do Conselho Municipal da Beira (CMB), Daviz Simango, quando questionado pela bancada da Frelimo na Assembléia Municipal da Beira (AMB), sobre porque o informe da edilidade apresentado na XII Sessão Ordinária daquele órgãodeliberativo municipal não fez menção à recepção condigna, pelos munícipe da Beira, do chefe do Estado aquando da sua visita a esta urbe.

A bancada de “batuque e maçaroca” naquele órgão deliberativo refere que o edil Simango, ao não incluir no seu informe a informação da visita do chefe do Estado à cidade da Beira, mostrou ignorância e falta de respeito ao Guebuza como símbolo defendido pela Constituição da República de Moçambique.

Reagindo aos pronunciamentos da bancada da Frelimo, Simango disse que a verdadeira perca de respeito foi o que se assistiu no comício orientado pelo chefe do Estado Armando Guebuza, no bairro da Munhava, na sua recente visita a província de Sofala, onde os ministros apresentados, para além de dizerem os seus nomes e as pastas que desempenham no Governo, também aproveitaram a ocasião para exaltar a função que desempenham dentro do seu partido.

De acordo com Simango, nos comícios populares, Guebuza, como presidente de todos os
moçambicanos, deve saber “separar as águas”, ou seja, entre reuniões da Frelimo e do
governo que dirige, tendo explicado que “nas reuniões do partido Frelimo Guebuza tem direito de dizer viva Frelimo e apresentar o jovem mobilizador Macuacua e outros membros, porque tudo foi custeado pelo seu partido. Mas nos comícios populares pago pelo dinheiro do erário público, onde convergem pessoas de diferentes cores políticas, ele
está proibido de exaltar o seu partido, porque isso torna de certo modo humilhante aos
membros de outros partidos que afluem as reuniões do chefe do Estado para auscultarem a mensagem à nação”
.

Num sermão sobre a Constituição da República, o membro da bancada da Frelimo, Arnaldo Nhavoto, explicou que o País só é representado por Guebuza e coberto por uma única bandeira, a que muito devemos respeito. O pronunciamento de Nhavoto foi repostado pelo edil Simango tendo referido em jeito de recado ao partido Frelimo que aconselhem o presidente que das próximas vezes que for à Munhava num comício popular, nunca mais exaltar à Frelimo porque a bandeira e o Presidente é de todos moçambicanos.

Ainda no decorrer da XII sessão ordinária de AMB, a bancada da Frelimo, através da sua chefe, Cremilda Sabino, moveu uma série de acusações dentre as quais referindo estar a reinar dentro do CMB perseguição contra trabalhadores que não se identificam com a Renamo, admissões arbitrárias como forma de albergar as famílias de alguns dirigentes ligados àquele partido no poder na Cidade da Beira. Cremilda trouxe a tona uma série de cheques passados pelo CMB, que consideram ter sacado um valor exorbitante para custear bolsas escolares dos funcionários. Simango refutou as acusações de Cremilda, tendo referido que os pronunciamentos daquela membro da Bancada da Frelimo são absurdas e criam condições para que os trabalhadores se sintam descriminados nos seus sectores, onde o ambiente é “saudável ”. No passado em que a Frelimo e Chivavice Muchangage geriram ruinosamente o município havia hostilidade.

“Se eu e o meu partido continuarmos à frente dos destinos do CMB vamos continuar a financiar bolseiros porque só assim é que acreditamos que o município terá quadros com qualidade e capazes de responder os desafios que o mercado de emprego exige”, rematou Simango.

Fonte: Púmguè

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