Por Saturado
Um compatriota nosso de nome Boaventura Lipanga deu a sua opinião que se publicou no Jornal Notícias, evocando que a Renamo está em apuros. Embora o seu ponto de vista quanto ao que ele pensa ser evidência de crise possa ser discutível, pois mais parece-me ser um simples desejo para que a Renamo fracasse e desapareça da cena política moçambicana, logo toda a oposição, para voltarmos ao sistema monopartidário, eu näo me dava trabalho para reagir (http://www.jornalnoticias.co.mz/pt/contentx/3275
). O que me faz reagir na carta da opinião do nosso compatriota Boaventura Lipanga é a necessidade que ele tem em aprofundar e compreender a política e a democracia em geral e elas na arena nacional “moçambicana”.
Primeiro, não existe um partido em Moçambique que se denomina Renamo – U.E. Portanto, Renamo-UE é uma coligação de cerca de uma dezena de partidos. E, não me parece que todos os partidos façam o mesmo neste momento – formação de conselhos de base. Ao contrário do que o meu compatriota Boaventura deseja, eu espero que todos os partidos, querendo ser sérios e úteis à democracia, comecem a fortalecerem-se da base...
Segundo, o compatriota acusa apenas à Renamo de em 16 anos ter semeado desgraças incalculáveis ao país mas iliba à Frelimo que semeou a desgraça em mais de 30 anos. Sabe o Boaventura Lipanga que a desgraça começou com a comunalização e machambas do povo? Na minha zona, as lojas onde o meu pai vendia as suas castanhas de caju, deixaram de existir mesmo durante o governo de transição; as estradas deixaram de existir e para lá já não passava o machimbombo desde os princípios de 1975. Entretanto, a guerra da Renamo atingiu na zona em 1985, portanto, 10 anos mais tarde...
Terceiro, parece dizer que o seu ódio [do Boaventura] à Renamo se deve pelo facto de ela ter tirado a vida do seu pai. O compatriota Boaventura Lipanga tem razão e humanamente é compreensível. Porém, o Boaventura faz-se de quem não sabe que pais de outros, filhos de outros, irmãos de outros, em suma familiares e ou amigos de outros foram vitimas do partido que defende. Não será melhor olharmos para frente?
Quarto, o compatriota Boaventura Lipanga diz que a Renamo estava a receber dinheiro do erário público sem que os cidadãos pagantes de impostos fossem perguntados. Aqui ele mostra-nos que não sabe do procedimento dos pagamentos aos partidos através do OGE. De facto, a Renamo não recebe parte do dinheiro do B. L. senão do seu potencial eleitoral, portanto, dos que votaram por ela. O povo foi e é de facto consultado nos actos eleitorais. E, aqui está a razão de protestar contra fraudes eleitorais, pois elas não apenas têm o impacto nos assentos parlamentares, mas também no financionamento dos partidos que é em função aos assentos conquistados por cada partido.
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Peço a quem conhece este compatriota para dá-lo os meus cumprimentos e, querendo poderemos debruçar sobre o assunto, pondendo assim trocarmos alguns pontos de vista política do nosso belo Moçambique.
Um abraço
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