quarta-feira, junho 14, 2006

Em Chimoio já se produz queijo «Gouda»

Chimoio) A empresa Gouda Gold, da província de Manica, iniciou no passado mês de Maio a produção de queijo do tipo «gouda», num investimento apoiado pelo governo holandês e que pretende diversificar o sector agrícola naquela região do centro de Moçambique. Enquanto uns desesperam outros não cruzam os braços e avançam.

Recentemente alguns agricultores zimbabweanos puseram o país quase em estado de histeria quando depois de terem alentado esperanças de por ali se consolidar uma economia agrária sólida, com índices de produção com bons sinais, acabaram colapsando. Mas outros não desistiram em Chimoio caiem uns um dia mas levantam-se outros. A vida não pára.

Inicialmente, a produção situava-se em 350 quilos de queijo por semana mas, este mês, a nova produtora de queijos de Manica aumentou para uma tonelada, noticiou há dias a Macauhub.

A capacidade instalada na fábrica permite uma produção de 12,5 toneladas semanais de queijo.

“Temos o melhor equipamento holandês para produzir este tipo de queijo”, disse ao «Macauhub» Brendon Evans, director da empresa na qual trabalham 30 pessoas, e que está em fase de arranque de projecto.

Evans faz parte do grupo de agricultores do Zimbabué que em 2002 se instalou em Manica e dirige uma importante produtora de leite, e, agora, de queijo.

Em Manica já se produziu em tempos muito bom queijo, particularmente depois da independência nacional, mas esta unidade é de grande capacidade caso nunca dantes ali verificado.

“Oferecemos um queijo de grande qualidade, produzido com as melhores técnicas e equipamento existentes no mundo e vamos iniciar a sua distribuição, exportando-o e também vendendo-o no mercado local”, anunciou Evans.

A venda do queijo «gouda», muito apreciado em Moçambique, passará pela sua distribuição pelas redes de supermercados que funcionam nas principais cidades do país empresas de “catering”, companhias aéreas e outras, enquanto que a nível da exportação Evans aponta o forte mercado sul-africano como o alvo prioritário.

A fábrica funciona na «Quinta Everest», nos arredores de Chimoio, capital provincial, e é suportada por 75 vacas do tipo “holstein” mas o director da empresa diz que há espaço para mais fornecedores de leite, o que é por si só e desde já um chamariz para novos investidores.

“Estamos preparados para ajudar a agricultura de pequena escala na província de Manica, recebendo o seu leite, o que irá começar em breve”, disse Evans.

Manica é uma das principais regiões agrícolas do país e, depois de Maputo e de Nampula, é a província que mais investimento externo tem acolhido segundo números oficiais.

A presença dos chamados “farmeiros” do Zimbabwe deu, no início, um forte alento à economia provincial mas, actualmente, grande parte desses agricultores assume passar por dificuldades.

O facto da agricultura em Moçambique produzir bens a contar essencialmente com as exportações tem causado surpresas desagradáveis; pode-se mesmo falar em desaires. O facto dos preços de comercialização serem estabelecidos fora de portas por «lobbies» com grande capacidade de deliberar coloca os produtores de pequena escala sempre em posição muito vulnerável. Moçambique faz parte do grupo de países onde os seus níveis de produção ultimamente têm impressionado internamente mas, em contrapartida, assumem proporções insignificantes ou mesmo até ridículas no contexto da demanda internacional.

O governador da província, Raimundo Diomba, reconheceu a crise no grupo zimbabweano mas à «Macauhub» deu o exemplo de outros investimentos, como o do queijo em Chimoio, como capazes de relançar a economia de Manica.

“Há investimentos na produção de cereais e têm surgido outros na área da alimentação. Exportamos produtos hortícolas, incluindo o milho-miúdo, mas há problemas de colocação no mercado”, disse Diomba ao «Macauhub».

Entre os investimentos que se perfilam para Manica encontra-se um projecto de ganadaria de um empresário português, que afirmou já dispor de terras para se instalar na região, o que se promete para acontecer ainda durante este ano segundo o «macauhub».

Os agricultores que falharam dedicavam-se essencialmente à produção de flores e tabaco.

Canal de Mocambique (2006-06-14)

1 comentário:

Anónimo disse...

Esta é uma boa nova. Que haja mais coisas boas semelhantes.

Saturado