O chefe da Mobilização da Renamo em Sofala, Francisco Rocha, convocou esta semana a imprensa, para dizer que o seu partido já tem em mão um expediente de pedido de intervenção do governador Alberto Vaquina, para travar aquilo que consideram de desmandos que os membros da “perdiz” tem sido alvo ao nível dos distritos, onde os administradores, autoridades tradicionais (régulos e sapandas) e a polícia comunitária são acusados como sendo mentores e autores dos actos ilegais.
De acordo com Rocha, os desmandos ou atrocidades do governo da Frelimo contra os símbolos da Renamo incluiu ainda aproibição de os seus membros desenvolverem a actividade política, nomeadamente nos distritos de Gorongosa, Marínguè e Caia.
No passado, estes casos fizeram-se sentir nos distritos de Chemba e Cheringoma, onde foram reportados detenções e limitação do exercício da actividade política.
O que se torna espantoso, segundo Rocha, é a intromissão de estruturas administrativas num caso político, que só diz respeito aos partidos outrora beligerantes. Com isso, subentende-se haver um plano de apagar a Renamo da vida política nacional.
A Renamo refere na carta que se presume ter sido entregue ao governador Vaquina terça-feira finda, que os desmandos protagonizados alegadamente pelo governo da Frelimo contra aquele partido revelam violações freqüentes do artigo nº 53 da Constituição da República e da lei 7/91 de 23 de Janeiro no seu artigo 14 e ainda do decreto15/2000 de 20 de Junho. “Moçambique é um país que se pretende Estado de Direito, democrático e multipartidário, onde os partidos expressem o pluralismo político, concorrendo para a formação e manifestação democrática dos cidadãos na governação do país”.
Rocha disse que o recurso ao Governador, instância máxima na província, surge depois de ver goradas as várias contestações que aquela formação política fez junto da Polícia e da Procuradoria da República local. O objectivo anterior era de ver os autores a responder nas barras da justiça. ”Nós instruímos os nossos membros a comunicarem à administração, a Polícia e outras instancias da justiça sobre os casos de atrocidades de que são alvos. Mas isso não tem surtido efeito, razão pela qual achamos por bem solicitar a mão do governador no assunto”.
Aquele político da Renamo em Sofala refere que o seu partido está mais preocupado com a busca de solução que visa repor a convivência democrática essencial à preservação da paz que os moçambicanos aspiram, e chama atenção: “não vamos nos responsabilizar pelos ânimos populares porque a situação está a criar condições para a eclosão de uma manifestação popular. Está-nos a custar caro sensibilizar a população a pautar pela ordem e tranqüilidade”.
O chefe da mobilização da “Perdiz” em Sofala referiu que a intervenção do governador vai evitar que os membros da Renamo que estão se sentindo saturados dos desmandos façam justiça pelas próprias mãos, tendo advertido “daqui em diante vai depender da reacção do governador. Não queremos que sejamos nós a bater no administrador ou polícias que ameaçam os nossos membros”.
Por Eurico Dança do Jornal Púnguè
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