A FRELIMO, partido no poder em Moçambique, começa no domingo a eleger 1.600 delegados para o seu IX Congresso, que se realizará em Novembro em Quelimane, capital da província da Zambézia, centro do país.
O início da eleição no domingo coincide com as comemorações do 31º aniversário da independência de Moçambique, declarada a 25 de Junho pela FRELIMO, após os acordos com Portugal, a potência colonial.
O porta-voz da FRELIMO, Edson Macuácua, disse hoje à Agência Lusa que a eleição para o congresso do seu partido irá decorrer ao longo de três meses e abrangerá alguns países europeus, incluindo Portugal, que albergam uma "considerável" comunidade moçambicana.
Além de Portugal, "a FRELIMO já enviou brigadas para África do Sul, Suazilândia, Zimbabué, Zâmbia, Tanzânia, Malaui, Quénia e Alemanha, que elegerão pelo menos um delegado ao congresso", disse.
Em Moçambique, após a eleição de delegados, deverão realizar- se também reuniões gerais das células do partido para a escolha dos delegados às conferências de círculos, destacou Macuácua.
Concluída esta fase, os comités de círculo vão eleger os delegados às conferências dos comités de zonas, entre 26 de Julho e 14 de Agosto, acrescentou o porta-voz da FRELIMO.
As conferências distritais vão realizar-se de 01 a 15 de Setembro e nelas serão eleitos delegados às conferências provinciais, primeiros secretários distritais, comités distritais e os secretariados distritais.
"De 22 a 24 de Setembro próximo vão decorrer as conferências provinciais da cidade de Maputo para eleger, em voto secreto, os primeiros secretários provinciais, membros dos comités provinciais, candidatos a membros do Comité Central e delegados ao congresso da FRELIMO",afirmou.
Macuácua acrescentou que em todas as eleições, 60 por cento dos candidatos têm que ter exercido algum cargo partido e 40 por cento são oriundos dos novos recrutamentos.
O porta-voz referiu que 20 por cento dos membros de todos os órgãos eleitos do partido serão mulheres.
No IX Congresso são esperadas, entre congressistas, funcionários, convidados, pessoal do protocolo, agentes de segurança e jornalistas.
Desde que, em Abril, foi anunciada a realização do congresso, os poucos hotéis e pensões de Quelimane deixaram de aceitar outras reservas para além das assumidas pela FRELIMO.
"Considerando que o agregado dos hotéis e pensões na cidade de Quelimane não consegue atingir os 2.000 quartos, a FRELIMO está a mobilizar os seus membros e simpatizantes (naquela região) para oferecerem espaços nas suas residências para os delegados ao congresso", assegurou Macuácua.
"A FRELIMO também está preparada para arrendar quartos de cidadãos singulares e, caso disso seja necessário, poderá recorrer as tendas de campanha", referiu.
Este será o primeiro congresso que a FRELIMO irá realizar na Zambézia no período pós-independência, depois de durante a guerrilha ter realizado as suas cimeiras em Dar-es-Saalam, capital da Tanzânia, e no Niassa, norte de Moçambique, onde estavam localizadas as suas bases.
A província da Zambézia é um bastião da RENAMO, principal partido da oposição moçambicana, que, nas legislativas de 2004, ali elegeu 29 deputados, mais 10 do que a FRELIMO.
Fonte: Notícias lusófonas
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