O presidente do Movimento
Democrático de Moçambique (MDM), terceira maior força política moçambicana,
defendeu hoje que o desenvolvimento do país não deve ignorar as zonas rurais e
prometeu melhores estradas e agricultura mecanizada.
Em campanha eleitoral na província de Manica, centro de
Moçambique, Daviz Simango disse que há uma excessiva concentração de
investimentos nas zonas urbanas, motivada pela globalização, marginalizando por
completo as zonas rurais.
"Apostámos na globalização ignorando as zonas
rurais, que são cruciais para o crescimento económico, por ser nelas que temos
a terra para a agricultura, um pilar importante para evolução social e económica
de um pais", declarou Daviz Simango à população de Munhinga, distrito de
Sussundenga.
O candidato às presidenciais de 15 de Outubro, pelo MDM,
que tem favorecido a sua campanha eleitoral nas zonas do interior do país, que
percorre num carro todo-o-terreno, disse sentir-se "escandalizado"
pela falta de estradas, que considera essenciais para viabilizar a economia.
"É preciso investir em estradas para baixar o custo
de produção agrária. Quando temos boas estradas, gastamos menos tempo para
escoar a produção e poupamos combustível, tornando sustentável a
agricultura", defendeu Daviz Simango, que prometeu uma agricultura
mecanizada para "superar bolsas de fome num país com mais de 70% de terra
fértil".
O líder político disse que, apostando seriamente em agricultura,
todos os sectores adjacentes serão beneficiados, sobretudo a educação, por
entender que não se pode formar bons quadros num país com fome.
Daviz Simango, que focou a maior parte do seu discurso
apelando aos apoiantes para irem às urnas no dia 15 de Outubro e para saberem
utilizar os boletins de voto, de modo a que não se tornem inválidos, afirmou
ainda que a sua governação vai centrar-se na inclusão, repetindo o ‘slogan' da
sua campanha "Moçambique para todos".
A caravana de Daviz Simango, que vai percorrer as zonas
do interior dos distritos de Sussundenga e Manica, evitou hoje o contacto com
um grupo da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique, partido no poder), que
parou a 15 metros do local do seu comício, entoando canções revolucionárias.
O distrito de Sussundenga é considerado politicamente
sensível, por albergar o maior número de membros do MDM detidos por ilícitos
eleitorais, e por se situar na região de Munhinga, onde a sede local do partido
já foi destruída duas vezes por fogo posto.
Daviz Simango vai orientar um comício popular na
quinta-feira na cidade de Chimoio, capital da província de Manica.
Moçambique encontra-se em campanha eleitoral desde 31 de
Agosto para as eleições gerais (presidenciais, legislativas e assembleias
provinciais) marcadas para 15 de Outubro.
Além de Simango, às presidenciais concorrem o líder da
Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama, que começou na
terça-feira a sua campanha também em Manica, e Filipe Nyusi, da Frelimo.
Fonte:
Lusa – 17.09.2014
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