O candidato da Frelimo às presidenciais em Moçambique, Filipe Nyusi, declarou que só aceitará debates "não suspeitos", não esclarecendo se está disponível para uma disputa televisiva a três, conforme o desejo dos seus dois adversários.
"Aquelas pessoas que acham que precisam ouvir o meu pensamento já me chamaram. Se me chamarem por outra ratoeira, cascas de bananas eu não vou entrar", declarou Filipe Nyusi, citado hoje pelo diário Media Fax, que na quarta-feira questionou o candidato presidencial do partido no poder sobre a sua disponibilidade para um debate televisivo, durante uma reunião com estudantes universitários em Maputo.
"Se me chamam à universidade para um debate, vou, não há nenhum problema", afirmou, por outro lado, Nyusi. "Alguém aqui ouviu dizer que o candidato da Frelimo não aceita debate?", questionou.
O Parlamento Juvenil de Moçambique (PJM) convidou os três candidatos presidenciais às eleições de outubro para participar num debate televisivo, e já recebeu confirmações da Renamo e do MDM, segundo o presidente da organização.
Em declarações à agência Lusa na quarta-feira, Salomão Muchanga disse que o PJM enviou, há cerca de um mês, um convite aos três candidatos presidenciais, Filipe Nyusi, da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), Afonso Dhlakama, da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) e Daviz Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), tendo estes dois últimos confirmado a sua intenção de participar no debate.
"Para nós, o debate é uma emergência democrática, para que possa existir um debate público sobre os manifestos e os projetos governativos. Os candidatos presidenciais têm responsabilidades acrescidas perante a sociedade, porque querem dirigir o Estado, e, por isso, sentimos que há a pertinência da realização de um debate", considerou Salomão Muchanga.
Em intervenções públicas durante a campanha eleitoral que arrancou a 31 de Agosto, Afonso Dhlakama e Daviz Simango demonstraram interesse em participar num debate televisivo, não havendo, até ao momento, um pronunciamento definitivo da parte de Filipe Nyusi, que tem remetido explicações sobre o tema para o seu gabinete eleitoral.
Fonte: LUSA – 18.09.2014
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